A banalização da moda

Afinal, isso é bom ou ruim?

Quem acompanha com freqüência as novidades do mundo da moda sabe o quão difícil é adaptar os conceitos das passarelas para o dia a dia. Visto de longe, este universo glamouroso de plumas, brilhos e paetês parece estar inserido numa realidade muito distante do consumidor comum. São pessoas que por mais que estejam à par do que é tendência, financeiramente ainda estão longe de poder consumir o objeto de desejo.

Nesse aspecto, a televisão sempre foi cúmplice do consumismo desenfreado, tendo em vista que desde o vestido usado pela mocinha da novela das oito, ao corte de cabelo da âncora do telejornal, tudo se transforma em necessidade imediata de consumo.

Afinal, isso é bom ou ruim?

Quem acompanha com freqüência as novidades do mundo da moda sabe o quão difícil é adaptar os conceitos das passarelas para o dia a dia. Visto de longe, este universo glamouroso de plumas, brilhos e paetês parece estar inserido numa realidade muito distante do consumidor comum. São pessoas que por mais que estejam à par do que é tendência, financeiramente ainda estão longe de poder consumir o objeto de desejo.

Nesse aspecto, a televisão sempre foi cúmplice do consumismo desenfreado, tendo em vista que desde o vestido usado pela mocinha da novela das oito, ao corte de cabelo da âncora do telejornal, tudo se transforma em necessidade imediata de consumo.

Para tentar solucionar o problema entre o “querer e poder” do consumidor, grandes empresas vêm adaptando produtos antes só adquiridos pelas classes sociais mais favorecidas, tendo como resultado a massificação das tendências de moda para as classes mais baixas. Se antes só as moças bem nascidas usufruíam de um exclusivo esmalte Chanel, hoje qualquer manicure está apta para fazer a ‘misturinha’ de esmaltes que se assemelha à cor francesa. Portanto, dondocas e atendentes de supermercados desfilam no shopping com a mesma cor de esmalte nas unhas. Se os efeitos da popularização dos hits da moda já causam o maior alvoroço se tratando de cosméticos, o que dizer quando eles se estendem as vitrines das lojas? É o maior fuzuê. As moçoilas que lidam com moda ficam enfurecidas quando vêem na C&A uma imitação da sandália adquirida em Nova Iorque por muitos dólares. O mesmo acontece com roupas, bolsas, óculos e jóias. O que antes era um mimo para poucos, hoje é vendido à exaustão pelas lojas de departamento.

E a implicância das socialites não se restringe às imitações das lojas popularescas, o que mais as incomoda é o fato de muitas mulheres terem dinheiro para ostentar as grifes mais caras do mundo, mas não a elegância necessária. As riquinhas preferem morrer à ver uma sub-celebridade desfilar com um modelo de bolsa Louis Vuitton ou um Louboutin nos pés. Para elas é uma afronta o fato de pessoas que não entendem de moda usarem as tendências de forma tão desregrada, e torcem o nariz achando que são as detentoras exclusivas do direito de usar o que bem entendem.

Independente de quem esteja com a razão, a moda é democrática, e se você pagou (o preço original ou na liquidação) pelo produto, ele é seu e você tem todo o direito de usá-lo e abusar dele. Desde que a banalização não beire a vulgaridade ou a completa falta de bom senso, o importante é se sentir confortável e adequado ao seu estilo. A popularização desses itens só corroboram com a ideia de que se vestir bem e estar na moda independe de classe social.