Centro Esportivo Santos Dumont necessita de reforma


 

Placas de pistas soltas, materiais danificados e precários e instalações degradadas. Este é o cenário de um dos espaços mais completos para o exercício de atividades esportivas no Nordeste, ou pelo menos deveria ser.


 

Placas de pistas soltas, materiais danificados e precários e instalações degradadas. Este é o cenário de um dos espaços mais completos para o exercício de atividades esportivas no Nordeste, ou pelo menos deveria ser.

 

 

O Centro de Esportes e Lazer Alberto Santos Dumont (CELASD), localizado na zona sul da cidade, no bairro de Boa Viagem,  é o local abandonado onde centenas de pessoas, atletas e amadores treinam todos os dias.

 

“Embora tenha todas essas adversidades, ainda é um dos melhores espaços para o nosso treinamento”, afirma a Bicampeã de marcha atlética, Cisiane Dutra, 25. Como toda criança pobre ela teve nas aulas de educação física da sua antiga escola, em Camaragibe, o primeiro contato com o esporte. Aos 11 anos começou a praticar diversas modalidades de atletismo, “mas não me destacava em nenhuma.”, explica. Aos 13 anos conheceu a marcha atlética e dois anos mais tarde conquistava seu primeiro título “o Campeonato Brasileiro de Atletismo, na categoria menores e não parei mais”, orgulha-se.

 

Cisiane, que já disputou os jogos pan-americanos do Rio de Janeiro, é uma das principais desportistas que treinam todos os dias no CELASD “Infelizmente, a pista ainda não esta à altura dos atletas pernambucanos”, lamenta. “A infra-estrutura é muito fraca. O treino é a tarde por falta de iluminação e pela falta de segurança. Não se tem uma condição satisfatória para o acompanhamento de um esportista de alto rendimento”, reclama o treinador de atletismo Vanthause Marques. De acordo com o técnico, que trabalha no local através do projeto Bolsa Atleta, desenvolvido pelo governo do Estado e pela Fundação Nacional para o Desenvolvimento da Educação Tecnológica (Funtec), a “pouca ajuda dos governantes é uma migalha”.

Sem ter material necessário para o treinamento muitos professores chegam a improvisar para trabalhar. “Usamos garrafas plásticas, cabos, tudo o que encontramos na rua não é desperdiçado”, lamenta o treinador Daniel Gonçalves. Para o treinador falta um investimento maior nas categorias de base dos esportes amadores. “O atletismo é um esporte barato, mas infelizmente o país só valoriza o futebol”, desabafa.

SEM VERBA – Em 2007, o governo federal através do Ministério do Esporte prometeu viabilizar um projeto estimado em R$ 15 milhões para a recuperação do Santos Dumont. Entretanto, devido ao corte no orçamento de 2009 o recurso financeiro acabou sendo vetado pela Presidência da Republica, em janeiro daquele ano.

Para o secretário de Esportes do Estado, George Braga, o corte na verba foi frustrante. “Nem mesmo os R$ 15 milhões seriam suficientes para fazer aquilo tudo que o centro precisa, mas seria um ótimo começo. Estávamos radiantes”, admitiu. Contudo, o chefe da pasta ainda tem esperanças em ver o núcleo esportivo reformado. “Primeiro vamos desenvolver projetos executivos e a partir daí buscar parcerias público-privadas”, afirmou.