De origem espanhola, o prato nutre e refresca no verão
Uma salada refrescante, leve e nutritiva, que há algumas décadas assumiu o posto de queridinha das reuniões familiares brasileiras, desbancando aquela simplória e já quase sem graça maionese de batatas, cenoura e vagens: o salpicão. Salpicão lembra salpicar. Salpicar é salgar ou polvilhar algo com sal. É possível que o nosso salpicão tenha origem na Espanha, onde já no século XVII era servido um prato chamado “vaca em salpicón”, feita com sobras de carnes bovina bem picadas (daí o nome em espanhol). Há referências deste prato, inclusive, no inesquecível “Dom Quixote de La Mancha”, de Miguel de Cervantes. Desde a época do Cavaleiro da Triste Figura, então, o prato continua sendo servido em terras espanholas.
O salpicão, no Brasil, é um dos tantos pratos com perfil de reaproveitamento. “A ideia original do salpicão é fazer uma mescla de ingredientes onde, obrigatoriamente, entra uma ou mais sobras de carne, desde que as mesmas sejam compatíveis entre si. Não é incomum encontrarmos receitas de salpicão que leva, após dias de festas, sobras do peru, do tender, de frangos e até de bacalhau”, explica a chef e consultora da Sabor de Beijo Sofia Mota. Atualmente, existem trocentas receitas de salpicão pululando por este Brasil afora, prova de sua versatilidade: ele aceita presunto em cubos, queijos, defumados como lombos e salsichões, frutos do mar; maçãs, peras, abacaxi, uvas, melões, batatas, cenouras, vagens, azeitonas, massas como penne ou fusili. Enfim, o que a imaginação permitir. Há até aqueles que preferem levá-lo ao forno.
A chef Sofia dá a dica: servir o salpicão em forminhas de massa é uma boa ideia para reuniões informais entre amigos. Na mesa, fica muito bem acomodada em uma travessa, salpicada de batatas palhas (opcional) e tomates vermelhinhos. “Utilize o que a criatividade (e a despensa) permitirem. Cozinhar é uma verdadeira alquimia e o salpicão permite essa experiência”, completa ela.
*Via assessoria