Street Art – A Arte das ruas
Arte urbana e os tipos de expressões urbanas
“O que é arte Urbana?”. As respostas vão da irritação ao silêncio. A Arte Urbana está por todo o país, dos centros históricos aos subúrbios. E nós que vivemos rodeados por elas, não sabemos bem o que são.
Esse tipo de arte está inserido no nosso cotidiano, nas paredes das ruas e nas principais avenidas da nossa cidade. Muitas são as formas, e variadas são as técnicas, como os grafites, os adesivos, as colagens, os tags e outras intervenções urbanas. Perguntar quais são artes e quais são lixo – qual a fronteira? – é procurar uma não-resposta.
Segundo o estudante de Ciências Sociais e artista plástico que trabalha com a grafite Derlon Almeida, a pergunta é válida e há diferenças, mas é sempre será subjetiva. “Avaliar um tag – o nome escrito na parede com letra estilizada – e decidir se é apenas uma escrita que suja ou um ato de vandalismo sobre uma superfície que não merece”, diz Derlon Almeida.
“Falar do fenômeno e falar com quem protagoniza é descobrir um paradoxo”
Embora, esse tipo de arte ainda seja muito criticado. A única coisa que pede um conhecedor do assunto como Derlon, é que não se rejeite tudo a partir do primeiro olhar. “As pessoas estigmatizam ostags, como sendo vandalismo, mesmo não conhecendo esse tipo de arte, mas as grafites andam lá perto, muitas vezes são artes, outras vezes são atos de vandalismos que sujam a imagem de quem possui um trabalho sério”, argumenta o grafiteiro.
Já o antropólogo, sociólogo e produtor cultural Amaro Braga define a arte urbana como manifestações populares e oriundas, sobretudo dos Estados Unidos, que passam a fazer parte do visual urbano e que implicam alguma revolta, pela ilegalidade que os impregna. “A crítica que se solta quando se vê uma pare toda assinada de forma aparentemente anárquica, surge porque toda arte urbana é feita em propriedade alheia, o que está mesmo a pedir uma reação, e, por vezes, é a mesma pessoa que num impulso, faz os murais que muitos admiram e desfigura com tags um edifício histórico e até recuperados que todos querem proteger”, conclui Amaro Braga.
Expressões Urbanas:
O grafite, expressão integrada da cultura hip-hop vinda da Nova Iorque negra dos anos 80, mas que já existia antes, no punk dos anos 70; o stencil, a pintura com recorte que é da família dos murais de mensagem política; os autocolantes e colagens, formas de intervenção urbana que no Brasil são bem menos politizadas do que nos EUA ou no Reino Unido. Todos estão ao fresco, expostos como arte – ou não – na rua. Segundo Derlon Almeida, “Falar do fenômeno e falar com quem protagoniza é descobrir um paradoxo, no grafite não existe uma defesa possível”, afirma o artistas plástico.
Na cidade de Recife já assiste um crescimento da indústria dos grafite, com lojas especializadas em tudo que possa ser de arte urbana. Trabalhos de grafite em qualquer espaço e dimensão, workshops com crianças, telas decorativas, skates, pranchas e etc. “Trabalho com crianças e apresento a elas a face legal das grafites, mostrando que podemos expressar nossa arte e opinião sem praticar vandalismo”, argumenta a artista plástica Marcela Castro.