Composta por mais de 20 obras, o projeto solo dedicado ao artista pernambucano Montez Magno tem curadoria de Germano Dushá. “Complexo Cosmotecnológico” fica em exibição de 29 de março até 2 de abril
Na intenção de dar continuidade ao reverberar da arte pernambucana em todo o território nacional, a Galeria Marco Zero celebra os 65 anos de carreira do pintor, escultor, escritor e ilustrador pernambucano, Montez Magno, na próxima edição da SP-Arte, que acontece entre os dias 29 de março e 02 de abril. Com curadoria de Germano Dushá, o projeto solo é intitulado “Complexo Cosmotecnológico” e mostra reúne mais de 20 trabalhos, em um arco que vai da década de 1960 até meados dos anos 2000, e testemunha a complexidade de uma obra prolífica, profunda e que se desdobrou de modo espiralar ao longo do tempo.
MONTAGEM – Com mobiliário expositivo específico, o estande é composto por pinturas de diferentes séries intermitentes — com obras dos três ciclos de Barracas do Nordeste (1972, 1977-78, 1984-85) , das séries Tantra (1963-2006) e Série Negra (1961-2007), que revelam a capacidade de representação imagética de Montez Magno, e peças tridimensionais que marcam o pensamento sobre teorias que expliquem sua visão sobre a origem do universo, assim como algumas maquetes criadas por meio de matéria-prima comum, como a série Cidades Imaginárias (1972).
CURADORIA – Germano Dushá escolheu um recorte que se concentra na conexão entre espiritualidade e das múltiplas maquinações da nossa natureza. “Do cosmo às cidades, do Sol fervente às pequenas esferas metálicas, das formas geométricas bem organizadas à velocidade orgânica das cores” enumera o curador. Ele ainda revela que essas obras representam a força de um programa artístico obstinado como o de Montez, que buscou estar sempre em expansão, e que essa postura auxiliou o artista a expandir seu lado criativo. O resultado é uma produção plena e vital, que atravessou o século XX impulsionada por referências diversas e até esotéricas.
Sobre a Galeria Marco Zero
Comandada por Eduardo Suassuna e Marcelle Farias, a Galeria Marco Zero reúne um acervo de diversas vertentes, expressões, períodos e estilos. Entre os destaques, a representação do espólio do pernambucano Gilvan Samico, e a preservação e difusão de nomes do quilate de Abelardo da Hora, Cícero Dias, Gil Vicente, Francisco Brennand, Burle Marx, Vicente do Rego Monteiro, Tereza Costa Rêgo, Reynaldo Fonseca, Lula Cardoso Ayres, Carybé, Di Cavalcanti, Portinari, Tomie Ohtake, Abraham Palatnik, Rubem Valentim, José Cláudio e João Câmara.
A galeria também se corresponde com movimentos mais contemporâneos apresentando trabalhos de Tunga, Miguel Rio Branco, Paulo Pasta, José Damasceno, Rodrigo Andrade, Túlio Pinto, Emmanuel Nassar, Felipe Cohen, Tatiana Blass, Tulio Pinto, Paulo Whitaker. E representa jovens artistas locais como Ramonn Veitez e Rayana Rayo, cujos trabalhos estão focados no desenvolvimento de suas poéticas e conectados com questões fundamentais da atualidade. A Marco Zero também abriga uma biblioteca especializada, inclusiva e em constante formação, contribuindo para o exercício da diversidade e a construção e difusão do conhecimento. Fomentar a produção local e descentralizar a circulação da arte para além do eixo Rio-São Paulo ao tempo que estabelece conexões entre a criação local e expoentes nacionais é um dos propósitos do espaço.
*Via Assessoria