As aventuras e desventuras femininas no mercado de tecnologia

Se tornar uma profissional de TI é uma missão difícil para a maioria das mulheres que se aventuram nesse mercado. Isso ocorre não pelo fato de não existirem vagas disponíveis, mas por uma severa questão cultural enraizada em nossa sociedade de que essa é uma área mais voltada para homens.

Dos mais de 580 mil profissionais no país, apenas 20% são mulheres, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Apesar dessa dura realidade, muitas profissionais do ramo já conseguem enxergar uma luz no fim do túnel para acabar com essa diferença.

As dificuldades começam muito cedo, quando a maioria das meninas em idade escolar são desencorajadas nas matérias mais voltadas à exatas, como física e matemática. Depois, já nas universidades, é comum se depararem com salas majoritariamente masculinas, fazendo com que muitas desistam dos cursos muito antes de sonharem com a formatura.

Nas empresas, a realidade não é diferente. Há muito mais homens do que mulheres atuando na área de TI. E a guerra dos sexos é bastante evidente. A valorização de ideias e opiniões é um dos problemas mais desanimadores para muitas profissionais do ramo. Infelizmente, é comum ver gestores, líderes ou até mesmo colegas que dão mais ouvido e importância a opiniões e conselhos vindos de homens do que de mulheres.

Na prática, isso contribui, inclusive, para que muitas mulheres se sintam excluídas em relação a seus colegas. A formação das famosas “panelinhas” dentro das empresas, desmotivam ainda mais. Tanto é que muitas acabam não resistindo à pressão.

Apesar disso, a luta pela diversidade, inclusão e igualdade entre homens e mulheres de TI tem conquistado pequenas vitórias. Um levantamento feito pela CNN Brasil Business, entre 2017 e 2020, mostrou que o número de mulheres contratadas em carreiras de tecnologia aumentou de 10,9% para 12,2%. Dentre todas as áreas deste segmento, a de finanças foi a que mais ganhou força, com 48% das vagas ocupadas por mulheres.

Por mais que esse aumento possa não parecer significativo, cada conquista deve ser celebrada. Afinal, o que não faltam são histórias e experiências difíceis enfrentadas por muitas mulheres que tentam entrar nesse ramo e também por aquelas que já estão no dia a dia da área.

Contudo, as dificuldades e empecilhos não tiram o brilho nos olhos das profissionais do setor. Muito mais do que apenas abstrair esses problemas, cada vez mais as mulheres vêm se impondo para conquistar espaço, crescer e serem valorizadas por seus conhecimentos e habilidades.

Por mais que essas dificuldades ainda estejam muito presentes no mercado, existe um lado muito bom em ser uma profissional de TI: poder trabalhar em uma área que preza pelo aprendizado constante, que cria produtos que fazem a diferença na vida das pessoas – e principalmente – poder ajudar e incentivar diversas mulheres que buscam conquistar seu espaço nesse ramo.

E uma boa forma de conquistarmos esse respeito é optando sempre por empresas que valorizam a diversidade e igualdade entre homens e mulheres, adotando ações como, por exemplo, ter a mesma quantidade de profissionais de ambos os gêneros e salários idênticos dentro dos mesmos cargos.

Além de se tornarem mais reconhecidas pelo mercado, empresas que valorizam diferentes opiniões tendem a desenvolver produtos e serviços muito mais inovadores e de alta qualidade, já que conseguem avaliar uma gama muito maior de visões e possibilidades. Ganha a empresa, a sociedade e os profissionais de todos os gêneros.

Beatriz Tollotti é estagiária | DEV.

Sarah Batista é analista de QA.

 

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*Via Assessoria