Em um ano, Pão de Açúcar e Extra já comercializaram mais de 500 mil produtos de foodtechs a partir de projeto conjunto das áreas internas de inovação e comercial
De alimentos que simulam o sabor e a textura de carnes, mas são inteiramente feitos à base de plantas, a até sorvetes sem açúcar e de baixíssimas calorias, as startups do segmento alimentar estão transformando diversas categorias de produtos e trazendo mais diversidade para as gôndolas.
E para que essas experimentações e novidades possam se tornar viáveis e chegar até as casas dos consumidores, o GPA, grupo controlador das redes Pão de Açúcar e Extra, implantou há um ano um projeto de inovação interno que formaliza parcerias com essas empresas e oferece condições especiais para que possam comercializar seus produtos nas redes varejistas. O resultado é que, em 12 meses, mais de 500 mil produtos já foram comercializados, estando disponíveis em mais de 400 lojas de todo o País a partir da colaboração com 16 foodtechs (startups que aplicam tecnologia à maneira de produzir, vender ou servir alimentos).
“Iniciar uma parceria comercial com uma foodtech exige cuidado especial que passa tanto pela negociação comercial, quanto pelos acordos sobre prazos de entrega e pagamento. Sabemos que muitas dessas dificilmente conseguiriam entrar, ou manter uma relação de longo prazo em um grande varejista, por conta da quantidade de processos e condições de prazos e volumes envolvidos. Por isso o GPA, exercendo seu papel de pioneiro no varejo em transformação digital e inovação, revisitou seus procedimentos e criou condições especiais, permitindo que foodtechs e startups com produtos inovadores negociem conosco em uma relação saudável, que beneficie ambas as empresas, respeitando seus tamanhos e objetivos”, explica Otávio Thomé, Gerente de Inovação do GPA.
“Um exemplo é a maior agilidade para o cadastramento das empresas. Com um fornecedor tradicional, isso pode levar até 120 dias. Com as foodtechs, conseguirmos reduzi-lo pela metade e a meta é chegar em 30 dias neste ano. Temos ainda um processo próprio de logística e para colocar os produtos em loja, criados especialmente para atender a realidade de uma startup”, completa o executivo. A partir disso, as startups conseguem acesso mais fácil ao GPA.
Em um dos cases mais emblemáticos do projeto, estão as startups que produzem alimentos feitos 100% à base de plantas, mas que simulam a textura e o sabor de carnes. Inicialmente com a opção de hambúrgueres, hoje já é possível encontrar opções de steaks de “frango”, carne moída “bovina”, linguiça de “pernil” e “almôndegas”, tudo completamente vegetal. Outro exemplo é um sorvete de baixíssima caloria que mantém a textura e o sabor do produto tradicional. O produto usa adoçantes naturais para substituir o açúcar e fibra de vegetais para imitar a textura do sorvete, que no processo tradicional é usualmente obtida a partir de gordura. “As foodtechs estão trazendo mais diversidade aos nossos consumidores. Seja por meio de produtos que oferecem alternativas ao consumo de proteína animal, como são os plant-based, ou itens focados na saudabilidade, para que os clientes possam adotar uma dieta mais equilibrada, a variedade de novidades e opções que estão surgindo é constante e estamos fazendo com que isso chegue diretamente às gôndolas”, explica Thomé, que reforça ainda que os dados indicam a aprovação dos consumidores. “Temos exemplos de startups que triplicaram a comercialização dos produtos com apenas três meses de venda em nossas lojas”, detalha o executivo.
Este trabalho de parceria realizado com as startups é implementado em todas as pontas, incluindo a análise dos resultados. Em dezembro de 2019, um evento reuniu todas as empresas com produtos já em gôndolas, e algumas em processo de finalização de cadastro, para aproximação e uma apresentação dos números alcançado, além de novas perspectivas de próximos passos, como o conceito de co-branding, em que há a união de empresas para a criação de produtos novos.
Facilitadores para as empresas
Além de todos os processos criados especificamente para as parcerias, para facilitar o contato com as startups, a empresa criou o espaço próprio “GPA Lab – Foodtech”, no Cubo Itaú, e tem uma parceria com a Endeavor, procurando startups e scale-ups para acelerar os negócios por meio de novas receitas ou otimização de processos e custos, além de desenvolver relacionamento com o ecossistema. Trata-se de um trabalho focado que já tem gerado resultados.
A primeira foodtech a fazer parceria com a empresa foi a Cheftime – que inicialmente comercializava exclusivamente por um e-commerce kits gastronômicos já porcionados, ficando para o cliente a responsabilidade da finalização. Após uma parceria inicial com o GPA em novembro de 2018, os kits passaram a ser vendidos em lojas físicas e no e-commerce do Pão de Açúcar. Em novembro de 2019, a startup foi adquirida pelo GPA e se tornou uma marca exclusiva de gastronomia da rede, ampliando o seu leque de produtos e escopo de atuação.
*Via Assessoria