Plataforma vibratória funciona mesmo?


Hoje abordaremos um tema que a maioria das pessoas já ouviu falar e no mínimo lhes despertou curiosidade.

É a plataforma vibratória. De acordo com Gentil (2010), esse equipamento foi inserido nos treinamentos inicialmente pelos Russos com a finalidade de minimizar os efeitos deletérios (nocivos) que a ausência da gravidade produzia nos ossos e músculos dos astronautas.

Mas o que gera indagações entre a população é se tal estímulo é eficaz a ponto de dar resultados físicos semelhantes aos do treinamento de força convencional, e se é suficiente ficar parado em cima da plataforma vibratória para ter músculos tonificados e até emagrecer.

O estudo de Wilcock et al. (2009) concluiu que ficar parado em cima da plataforma em vibração numa frequência de 30 Hz, geraria um deslocamento de em média 6mm. Tal fato levaria o indivíduo a vibrações equivalentes a oito vezes mais que seu peso atual. Com isso os músculos consequentemente se contraiam, sendo mais relevante para pessoas não treinadas. Essa resposta motora, segundo a maioria dos estudos, só propicia ao praticante músculos mais tonificados se forem incluídos exercícios em cima da plataforma vibratória. Afinal o aumento da atuação da gravidade somado a instabilidade provocada pela plataforma, levam o sistema nervoso central a um maior recrutamento de fibras musculares.

Porém, os resultados do treinamento sobre a plataforma de instabilidade são equivalentes aos do treinamento de força convencional (Ahlborg et al., 2006, Nordlund & Thorstensson, 2007), com a diferença que o treinamento convencional pode ser praticado por qualquer pessoa, independente da existência ou não de patologias. Já o uso da plataforma além de ser um equipamento muito caro, é contra-indicado para pessoas com doenças articulares, trombose, tumores, inflamações e enxaqueca agudas, hérnia de disco, diabetes, epilepsia, próteses nos joelhos, cardiopatas e mulheres grávidas, devido ao grande impacto da gravidade sobre articulações e tecidos. Mesmo sua eficiência sendo comprovada por estudos feitos pela American College of Sports Medicine este tipo de treinamento deve ser visto como uma variação e não como uma solução definitiva. Nem deve substituir o treinamento convencional.

Quanto ao emagrecimento, as alterações cardiovasculares provocadas pelo treinamento na plataforma são mínimas. Após alguns minutos a pressão arterial e a freqüência cardíaca se normalizam, não provocando nenhum tipo de stress cardiovascular necessário para o emagrecimento. O fabricante propõe com o uso do aparelho uma queima de 200 calorias em 12 minutos, porém não foram encontrados estudos que o comprovem cientificamente. Na dúvida, consulte um educador físico capacitado para lhe orientar na escolha dos exercícios mais adequados para seus objetivos.


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