Tinha tudo para ser uma grande prévia

 

Tudo ia muito bem. E de repente tudo passou a ir muito mal. É assim que podemos descrever a prévia Virgens de Verdade | Abraça Brasil, em Olinda, ontem à tarde.

 

Tudo ia muito bem. E de repente tudo passou a ir muito mal. É assim que podemos descrever a prévia Virgens de Verdade | Abraça Brasil, em Olinda, ontem à tarde.

Com a proposta de trazer os carnavais de todo o país para a pequena orla da cidade, o produtor Antonio Bernadi pôs na avenida nomes como Calypso, Aviões do Forró, Garota Safada, Bois Caprichoso e Garantido, Chicabana, Alceu Valença, Almir Rouche… De fato só os nomes estavam na avenida. Porque, na prática, dos 11 trios prometidos pelo desfile, quem estava nos camarotes oficiais – o ponto mais importante de todo o percurso, vale ressaltar – só pode ver quatro.

O problema começou quando por um “erro de cálculo” do motorista o trio que Alceu comandava não conseguiu entrar no corredor. A carreta ficou empacada, atrapalhando tudo. Alceu continuou cantando. E foi aí que o negócio começou a desandar. Logo atrás dele quem vinha puxando a multidão era Almir Rouche. O fato é: um trio se aproximou muito do outro e os sons se confundiram. Irritado, Alceu deu reles em Almir, afirmando que ele não respeitava sua música. Rouche revidou e disse que ele é quem não respeitava as pessoas e o desfile, pois estava atrapalhando o trajeto dos trios.

Constrangimentos e farpas à parte o fato é que o imbróglio causou uma reação em cadeia. Valença com raiva encerrou o show. Almir também. E o que provocou todo o estrago geral, além do erro de cálculo citado no começo da matéria, foi que a produção havia acertado com a Polícia que o desfile só iria até as 17h e como neste horário a carreta ainda estava presa, a PM mandou encerrar tudo.  Entre tantas idas e vindas quem estava no corredor da folia, depois da passagem de Calypso, André Rio com Elba Ramalho e Banda Pinguim, só viu a Garota Safada. Apenas quatro dos 11 trios.

E como o real motivo do problema não foi informado a população, sobretudo aos pagantes (caros!) dos camarotes, todo mundo se sentiu lesado. Um problemão que nem um domingo de verão com intensa chuva conseguiu provocar. Ou melhor, conseguiu também – em menor escala. Com o excesso de água, as bases de alguns camarotes quiseram se adequar à condição provocando, digamos, uma “movimentação estranha na estrutura dos espaços”. No fim das contas o que pareceu foi que tudo que não poderia acontecer… Aconteceu.

Mas nem tudo é lama ou erro de cálculo: há que se elogiar os espaços destinados aos camarotes. De fácil acesso, amplos, lotados de gente e com programação musical distinta. O que mais vendeu foi o “Abraça Brasil”, com três mil unidades. No Harém, além das princesinhas escolhidas a dedo, um total de 200, mais mil pessoas curtiam. O Casou Por quê? Também bombou de gente e animação. Mas o oasis, sem dúvida, foi o da ABPA em parceria com a Globo. Tudo funcionou perfeitamente.

Nota da reportagem: não posso falar sobre o que aconteceu antes dos trios chegarem a apoteose da festa. Alguns dizem que desfilaram tranquilamente. Outros nem tanto. Não vi. Mas torço, de verdade, que tenha acontecido tudo bem até o momento em que o motorista “errou o cálculo” e pôs toda uma festa – que tinha/tem potencial em se tornar maior ainda – abaixo.

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