Psicóloga destaca a importância de compreender a seriedade da compulsão alimentar

Neste fim de semana, o reality show Big Brother Brasil 24, da Rede Globo, despertou uma discussão relevante sobre compulsão alimentar, tendo como foco a participante Yasmin Brunet. Sob críticas do cantor Rodriguinho, que a apelidou de ‘Yasmin Comer’, a modelo revelou estar enfrentando esse desafio. Nesse contexto, a psicóloga Jullyana Cardoso, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental, oferece uma análise esclarecedora sobre esse transtorno, ressaltando a importância do tratamento adequado. “O tom jocoso utilizado por Rodriguinho ao comentar sobre a compulsão alimentar de Yasmin ressalta a necessidade de compreendermos a seriedade desse transtorno. A compulsão alimentar muitas vezes surge como um reflexo de emoções, situações desafiadoras ou sentimentos intensos na vida do indivíduo. A busca por conforto na comida, especialmente alimentos ricos em carboidratos, torna-se um comportamento compensatório, proporcionando temporariamente sensação de bem-estar,” enfatizou a psicóloga Jullyana Cardoso.

Segundo a psicóloga e especialista em terapia cognitivo comportamental, a compulsão alimentar é um transtorno no qual as pessoas consomem grandes quantidades de alimentos em um curto período. “Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento desse transtorno, incluindo genética e contexto histórico,” explica. Jullyana também destaca a importância de diferenciar compulsão alimentar da simples vontade de comer: “O problema reside na ingestão excessiva e na sensação de descontrole, criando um ciclo vicioso entre ansiedade e compulsão que pode prejudicar a saúde física e emocional do indivíduo. A busca constante por conforto na comida, mesmo que temporário, pode levar a um padrão prejudicial,” ressaltou a especialista em saúde mental.

ullyana ressalta que a associação entre comida e alívio emocional, muitas vezes aprendida na infância, pode desencadear esse comportamento, sublinhando a complexidade dos elementos que influenciam a manifestação da compulsão alimentar. “Muitas vezes, quando crianças, aprendemos que ganhar um doce no momento de frustração é uma forma de alívio. Nós vamos fazendo associações de que a comida é uma forma de distrair a angústia,” explica. Ela ainda destaca que nas mulheres, é mais comum o transtorno aparecer na fase adulta, enquanto nos homens, surge a partir dos 40 anos. Segundo Jullyana Cardoso, para receber o diagnóstico de compulsão alimentar, o paciente precisa, uma vez por semana, durante 3 meses, apresentar episódios de perda de controle da quantidade de comida ingerida. “Essa condição gera sentimentos de vergonha e culpa, levando a pessoa a evitar o convívio social e a comer escondido”, pontuou.

No tratamento da compulsão alimentar, Jullyana sugere uma abordagem multidisciplinar, considerando fundamental o acompanhamento psicológico. Segundo a psicóloga, o profissional dessa área “auxilia na identificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais, desenvolvendo estratégias saudáveis de enfrentamento.” Ela salienta que, em alguns casos, “o suporte psiquiátrico e nutricional também se faz necessário, com o uso de medicamentos para controlar sintomas e orientação nutricional adequada. “A integração dessas abordagens é crucial para um tratamento abrangente e eficaz. O psicólogo vai auxiliar a pessoa a compreender a relação dela com a comida, como ela poderá fazer outras escolhas além de pensar em comida e esconder que está comendo. O psiquiatra vai receitar medicações que ajudam a controlar os impulsos, e a nutricionista vai auxiliar a pessoa com um cardápio alimentar, uma dieta diferenciada,” explica a profissional, enfatizando a importância da cooperação entre especialidades para abordar a complexidade da compulsão alimentar. A profissional ainda faz um alerta crucial sobre elogios relacionados à magreza, ressaltando que eles também são problemáticos. “A perda de peso nem sempre está ligada à estética e pode ser resultado de um quadro de depressão, sublinhando a importância de abordar as questões relacionadas à saúde mental com a sensibilidade e seriedade que merecem”, concluí a especialista.

*Via Assessoria