Exposição Recife Nagô homenageia e resgata a história do Sitio de Pai Adão

A mostra reúne registros inéditos, resgatando a valorização dos patrimônios culturais e sociais da comunidade-terreiro

A exposição “Recife Nagô – Imagens e histórias do Ilê Oba Ogunté por Manoel Papai, Mateus Sá e Pierre Verger” é uma boa opção para incluir na programação de férias. Ela está em cartaz no Museu da Cidade do Recife e reforçar a importância social, histórica, cultural e patrimonial da mais antiga comunidade-terreiro do xangô pernambucano, que é o Ilê Obá Ogunté, popularmente conhecido como Sítio de Pai Adão, localizado no bairro de Água Fria, na cidade do Recife.

A exposição é um resgate histórico para a cidade. “Recife Nagô  traz o  Recife afro diaspórico na afirmação das suas identidades  religiosas e dos seus lugares sociais “, ressalta Raul Lody,  curador da exposição. A mostra homenageia e celebra a importância do trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos no terreiro de candomblé mais antigo de Pernambuco, representado na pessoa de Manoel Costa, conhecido como Manoel Papai, e que este ano completa 45 anos como babalorixá do Sítio, primeiro terreiro de matriz africana a receber tombamento como patrimônio estadual e o segundo terreiro tombado no Brasil.

Em meio as homenagens, a exposição “Recife Nagô” apresenta ao público 50 imagens, em cores, do fotógrafo e artista visual pernambucano Mateus Sá, com fotos inéditas da Festa de Yemanjá 2022. A exposição ainda conta com 12 fotografias pioneiras, em preto e branco, do fotógrafo francês Pierre Verger, datadas de 1947. Nesse período, Verger passou vários meses no estado de Pernambuco, fotografando a cultura popular e incluindo fotos de cultos religiosos, dentre as quais, as realizadas no Ilê Obá Ogunté, sendo considerados os primeiros registros fotográficos do Sítio de Pai Adão.

Ao chegar ao museu, os visitantes estão tendo a oportunidade de vivenciar e conhecer a história de várias maneiras. “Esta é uma exposição para ver, ler, ouvir, sentir, refletir. Foi concebida com conteúdos inéditos e iconográficos para celebrar o terreiro de xangô mais antigo de Pernambuco. As imagens em grande formato convidam o visitante a pedir licença e entrar na história centenária do Ilê Obá Ogunté – Sítio de Pai Adão, que tem papel fundamental na formação da cultura afro-brasileira”, relata Augusto Lins Soares, curador e designer.

No local, há a instalação “Águas de Yemanjá”, da artista plástica Thiana Santos, em homenagem ao orixá fundador das tradições Nagô no Recife. A riqueza da história do Sítio está contada no minilivro ilustrado “Águas de axé”, de Raul Lody, que está sendo distribuído gratuitamente aos visitantes. Além das fotos de Mateus Sá e Pierre Verger, a exposição exibe imagens do dia em que o terreiro foi tombado com a presença de Manoel Papai, Tia Mãezinha, Waldemar Valente, Fernando Freyre, Francisco Bandeira de Melo e Raul Lody; livros sobre o Sítio de Pai Adão, como “Pessoas, coisas & animais”, de Gilberto Freyre, e “Enciclopédia negra: biografias afro-brasileiras& rdquo;, de Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz. E, além das fotos e dos livros, os visitantes poderão assistir a um vídeo com trechos da entrevista de Manoel Papai para a Fundação Joaquim Nabuco, contando a história e a importância do Ilê Obá Ogunté – Sítio de Pai Adão para a cultura brasileira.

Realização – A exposição “Recife Nagô – Imagens e histórias do Ilê Oba Ogunté por Manoel Papai, Mateus Sá e Pierre Verger” tem a curadoria de Augusto Lins Soares e Raul Lody, a realização da Janela Gestão de Projetos – Dida Maia e Fernanda Ferrario e conta com o incentivo cultural do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC)/ Fundação de Cultura Cidade do Recife / Secretaria de Cultura / Prefeitura da Cidade do Recife.

Serviço:

Exposição ““Recife Nagô – Imagens e histórias do Ilê Oba Ogunté por Manoel Papai, Mateus Sá e Pierre Verger”
Local: Museu da Cidade do Recife
Horário de Visitação: Quarta a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados e domingos, das 10h às 16h.

*Via Assessoria