Golpes nas redes sociais crescem e fazem cada vez mais vítimas em vários aspectos emocionais e financeiros

Saiba como proteger seus dados previamente e ter resguardo jurídico caso venha a passar por isso, evitando maiores dores de cabeça

As redes sociais são canais facilitadores em vários aspectos. Divulgação, diversão e interação são características que predominam entre usuários do Facebook e do Instagram, por exemplo. No entanto, tamanha facilidade e número de seguidores requer atenção contínua, principalmente sobre o acesso e a segurança para evitar dores de cabeça com tentativas de golpe como vem acontecendo cada vez mais. A cirurgiã-dentista e empresária Edjany Sá, do Instituto Face, em Vitória de Santo Antão, esteve entre as recentes vítimas de hackers e a reversão do problema levou horas inicialmente, mas segue sob investigações.

Tudo começou quando ela estava no salão e recebeu um código, de repente. “Como eu trabalho com redes sociais há anos, estava ciente desse tipo de golpe e já tinha colocado vários aplicativos com verificação em dois fatores justamente para dificultar qualquer fraude. Mas, mesmo assim, não foi o suficiente. Perdi o acesso ao Insta, no qual já estavam anunciando a venda de celulares para meus seguidores, e ao WhatsApp. Resgatei o acesso ao app de fotos e vídeos em torno de 24h, mas o outro, de troca de mensagens, levou mais de uma semana porque trocaram o chip, abriram conta em outra operadora com o mesmo número da minha titularidade, pediram dinheiro em meu nome. Um caos”, confessa Edjany.

A advogada Flávia Cavalcanti, que tem expertise nesse campo digital, lembra da importância da troca de senha de todos os canais que podem servir de base para acesso aos hackers, como os próprios aplicativos e os e-mails de backup e/ou resgate. “A recomendação é fazer essa renovação a cada seis meses, assim como orienta o próprio Facebook. A criação de um endereço eletrônico que seja somente para isso é uma boa estratégia também. Não o bastante, a autenticação de dois fatores é imprescindível, inclusive com a opção de senhas alternativas fixas para facilitar na retomada do perfil em questão”, orienta.

Outro ponto de extrema importância pela jurista é o boletim de ocorrência, principalmente para não ser cobrado pelos danos que o hacker pode causar. “Sem o B.O registrado em uma delegacia de crimes cibernéticos, preferencialmente, a vítima pode sofrer processos de danos morais e materiais, bem como ser acusado de estelionato, afinal quem está do outro lado da tela como amigo ou cliente nem sempre desconfia da máfia. O ideal é procurar uma unidade policial especializada sobre Internet para melhor orientação diante do caso. A partir disso, é aberto um inquérito para pesquisar todos os detalhes do golpe e identificar possíveis responsáveis”, enfatiza.

Em tempo, a doutora destaca que o documento também tem a importância de somar forças com quem teve a conta tomada e aqueles que, por acaso, efetuaram pagamentos através de ofertas falsas. “Com a documentação, podemos ajuizar a ação de indenização contra a rede social hackeada, e até contra a operadora de telefonia a depender de como as redes foram invadidas”, finaliza Flávia.

*Via Assessoria