Para atender pedidos pela internet, que cresceu 41% ano passado em relação a 2019, veículos pesados movidos a diesel adotam soluções, que agem no sistema e reduzem em 98% a emissão de óxido de nitrogênio pelos escapamentos. Nas regiões N e NE, há postos que já disponibilizam combustível ecoaditivado utilizado nos Estados Unidos, Argentina e em países na Europa, Ásia e Oriente Médio
O trabalho remoto e as restrições esquentaram os motores da frota logística, que precisou ampliar a estrutura e viagens para atender os inúmeros pedidos feitos pela internet. Segundo levantamento da Ebit Nielsen, o e-commerce teve incremento de 41% ano passado, na comparação com 2019. O segmento alcançou o valor de R$ 87,4 bilhões de vendas, só no Brasil. Na lista, alimentos, insumos diversos, aparelhos eletroeletrônicos, vestiário, medicamentos, além de equipamentos domésticos e itens para criar o novo cantinho do lar: o home office.
Toda essa movimentação para lá e para cá tem garantido a manutenção de diversas empresas, permitindo que muita gente tenha ficado em casa mais resguardada e também ajudado inúmeras iniciativas empreendedoras que surgiram como uma forma alternativa de renda, nesse período de maior restrição.
Só há um detalhe: como manter operando toda essa ginástica logística de veículos pesados movidos a diesel, entre eles, caminhões, ônibus e carretas, com menos poluição e dentro da lei? Segundo a química e também responsável técnica da Arla Brasil, Lucemila Bonifácio, os gases desses tipos de transporte já estão menos poluentes. Isso porque, desde de 2012, é obrigatório que esses tipos de veículos já saiam de fábrica com compartimento para abrigar uma solução à base de ureia. Esse agente interage e neutraliza os gases poluentes que saem do escape.
Na prática, o produto não se mistura com o combustível, nem é inflamável. Ele fica em um compartimento à parte e atua no Sistema de Redução Catalisadora (SCR), reduzindo em 98% as emissões de NOX (Óxido de Nitrogênio).
Fiscalização
Lucemila acrescenta que o produto é registrado e certificado pelo Inmetro e passa por avaliações periódicas. “Se alguém adulterar a solução, é crime”, afirmou a química, explicando que o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal fazem fiscalização dos veículos. Medidas como essas integram a Resolução do Conama nº 403/2008, que traz exigências para o controle da poluição do ar. Entre elas, limite de emissão, incorporação de dispositivos ou sistemas para o gerenciamento do motor e características do combustível.
Produção
Para atender o mercado, que precisa seguir a legislação, o grupo pernambucano Dislub Equador produz um tipo de agente redutor líquido de NOX Automotivo, o Arla 32, em duas unidades fabris. Uma fica em Porto Velho (RO) e atende a região Norte e outra opera em Paulista (PE) para abastecer o Nordeste. A produção é comercializada em postos de combustíveis, em recipientes de 20 litros, ou em granel, via caminhões que abastecem, por exemplo, transportadoras e garagens de ônibus.
Combustível ecoaditivado
Para os veículos em geral, já existe uma gasolina ecoaditivada, a DuraMais, que polui até 50% menos e ainda traz economia de combustível de até 10%. Isso graças a um catalisador que vem na formulação de fábrica, com tecnologia GreenPlus, e permite melhora do desempenho do motor, aumento de rendimento do combustível e redução da emissão de gases poluentes.
Disponível em mais de 100 postos das regiões Norte e Nordeste, esse combustível ‘mais verde’ da Dislub – que tem reconhecimento internacional e certificação pelos organismos da ONU – é utilizado no transporte público da Alemanha, virou política pública na Colômbia e está disponível ao consumidor em postos nos Estados Unidos e Argentina, em países na Europa, Ásia e Oriente Médio. Além de estar presente em frotas de caminhões e navios, geradoras de energia e várias das maiores companhias de petróleo do mundo.
*Via Assessoria