Estudo aponta que companhias estão investindo em práticas e políticas internas que garantem mais diversidade no meio corporativo
Um estudo realizado pela CKZ Diversidade, em parceria com o Great Place to Work e Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas, avaliou as políticas de inclusão e diversidade dentro das empresas ao longo de seis meses. CEOs, executivos e profissionais de recursos humanos de diversas organizações foram entrevistados. Foi constatado que as empresas estão se posicionando mais em relação à diversidade e à inclusão. Os resultados mostraram que 60% das companhias possuem práticas nesse sentido, enquanto que 40% contam com uma política oficial de diversidade.
Os resultados da pesquisa sobre práticas na gestão da diversidade também apontam as multinacionais como líderes. Algumas das práticas são: a garantia de uso de nome social em crachás e email, banheiros unissex, canais de denúncias anônimas, política de zero tolerância a desrespeito e assédio, recrutamento às cegas, parcerias com entidades externas para recrutamento intencional de públicos específicos (mulheres, negros, LGBTQIA+, PCD´s etc), uso de linguagem neutra, entre outras.
O aplicativo de idiomas Babbel, que é considerada uma das empresas de educação mais inovadoras da Europa, recebeu o Prêmio Alemão de Excelência em RH pelo projeto Stranger Talks (Conversa entre Estranhos), idealizado pelo linguista brasileiro Vitor Shereiber, que é Gerente de Projetos Didáticos da Babbel. Trata-se de uma série de apresentações internas direcionadas à discussão de questões sobre diversidade – não só na linguagem, que é o produto da empresa, mas também nas relações sociais e profissionais. Um dos temas recorrentes é a linguagem inclusiva, por exemplo. No Brasil, a empresa acabou de fazer uma parceria com a TransEmpregos – o maior banco de currículos e vagas para profissionais trans. O objetivo é investir na capacitação das pessoas inscritas por meio de cursos de idiomas on-line gratuitos.
De acordo com a LinkedIn Top Voice e Co-fundadora da TransEmpregos, Maite Schneider, “uma das maiores dificuldades é a capacitação profissional, principalmente quando se trata de idiomas. Poder oferecer um curso de idiomas para essas milhares de pessoas trans que a gente já conseguiu empregar – e também para as que estão se capacitando enquanto procuram vagas – é um upgrade”, comenta.
A TransEmpregos atualmente possui uma base de dados de cerca de 20 mil currículos. “Temos atualmente 487 empresas parceiras. Há seis anos, fundamos a organização com o objetivo de que, depois de 15 anos, a TransEmpregos não seria mais necessária. Isso porque, depois de mais de uma década, temos a esperança de que a consciência coletiva já deverá ter entendido que competência e talento não tem nada a ver com orientação sexual, credo, gênero e etnia. Espero que em 9 anos a gente possa fazer uma festa de encerramento”, brinca Maite.
Em breve, a parceria entre Babbel & TransEmpregos também lançará um guia de linguagem inclusiva para auxiliar as empresas parceiras da organização. O material ainda está em fase de elaboração, mas será lançado gratuitamente este ano.
“A valorização da diversidade está em todo o escopo da Babbel, inclusive nos cursos. Sempre buscamos elaborar lições que abordem questões de gênero, por exemplo. Faz parte da nossa responsabilidade social contribuir com o que já aplicamos no dia a dia da empresa, sediada em Berlim, na Alemanha, para que empresas mundo afora possam entender o poder da linguagem nos processos de acolhimento e inclusão”, explica Shereiber.
*Via Assessoria