Karina Buhr chega munida de tambores e poesia nos 25 anos do Rec-Beat
A multiartista lança no festival seu novo disco, Desmanche, um álbum que reflete sobre o momento político do Brasil atual
Um senso de urgência permeia o novo disco de Karina Buhr, Desmanche. Munida de tambores, guitarras e poesia, a cantora, compositora e percussionista chega com o desejo de discutir o tempo presente, de refletir sobre o momento político do Brasil. A artista baiana radicada em Pernambuco faz a estreia do show deste álbum no Recife no Rec-Beat, que acontece entre os dias 22 a 25 de fevereiro no Cais da Alfândega, no Recife.
O show de Karina Buhr no Festival tem a chancela Revista Continente Convida e faz parte das comemorações dos 25 anos do festival. A Continente é uma revista pernambucana de cultura editada pela Cepe Editora e tem como objetivo propor reflexões e debates aprofundados sobre arte, cultura e questões sociais.
O quarto disco de Karina Buhr traz letras que falam do sentimento atual de instabilidade no país e comenta sobre o desmanche político e social que vivemos. Mas o trabalho também mostra que é preciso respirar, e por isso temos a presença de uma poética que pede serenidade e humor para lidar com o mundo ao nosso redor.
De um lado, Karina calça seu coturno, chuta a porta e rola no chão em faixas como: A Casa Caiu, Sangue Frio (que já tem clipe) e Temperos Destruidores e de outro anda descalça pela grama e arrepia corações em faixas como Amora (de perfume brega), Peixes Tranquilos e Nem Nada.
A multiartista traz de volta à seus tambores, instrumentos que a introduziram no universo musical em 1994, nos maracatus Piaba de Ouro e Estrela Brilhante do Recife, em cavalos marinho, afoxés e rodas de côco em Pernambuco. Este disco (e show) não tem bateria: é percussão no talo, guitarra, baixo e programações eletrônicas, que se desdobram para criar diferentes climas.
“Desmanche explora tanto o caos que estamos todos vivendo no mundo – de esgotamento de recursos naturais e de velhas ideias – como a calma em que às vezes nos recolhemos e muito por elas também sobrevivemos”, pontua Karina Buhr.
O show coroa uma relação antiga da artista com o Rec-Beat. Karina foi responsável por shows cheios de catarse em mais de uma ocasião. Em 2013 ela trouxe ao palco do festival o lançamento do seu segundo trabalho, Longe de Onde, em 2016 lançou o seu elogiado Selvática, ano em que também assinou a arte do festival.
Sobre a Revista Continente Convida
O Rec-Beat inicia mais uma parceria com a Cepe Editora e Revista Continente, desta vez com a chancela “Revista Continente Convida”. Nas bancas desde 2000, a Continente tem como compromisso trazer pautas aprofundadas que levem ao pensamento crítico e reflexivo dos seus leitores. Nesses 20 anos de estrada, a revista já entrevistou de Caetano Veloso a José Saramago, além de realizar especiais sobre temas como militância LGBTI+, gordofobia e luta indígena. A parceria Rec-Beat 2020 e Revista Continente é parte das comemorações dos 25 anos do festival.
Atrações confirmadas
O festival antecipou alguns nomes desta edição comemorativa de 25 anos. A primeira foi a cantora, compositora e violonista baiana Josyara, que traz ao festival faixas de seu aclamado disco, Mansa Fúria. Quem também sobe ao palco é Ana Frango Elétrico, artista e instrumentista carioca com seu Little Electric Chicken Heart, um dos mais elogiados trabalhos da nova música popular brasileira. Em seguida foi a vez de Hot & Oreia, dupla revelação do rap brasileiro. Também anunciamos Flaira Ferro, cantora e compositora recifense que lança no festival seu novo disco, Virada na Jiraya, a banda Liniker e os Caramelows e Black Flower (da Bélgica), primeira atração internacional confirmada.
25 anos de Rec-Beat
Criado em 1995, o Rec-Beat é hoje um dos mais importantes festivais de música do Brasil. Idealizado e produzido por Antonio Gutierrez, o Gutie, o evento construiu ao longo desses 25 anos uma história de sucesso e relevância, sobretudo pelo seu interesse em incentivar e dar visibilidade às diferentes sonoridades da música brasileira e internacional, com destaque para a presença afro-latino-americana.
Ao longo de sua história, não só acompanhou lado a lado todas as transformações da música local e nacional como foi um dos agentes dessas mudanças. Do manguebeat ao carimbó, passando pela eletrônica, jazz, rap, rock e brega-funk, o festival sempre celebrou a diversidade cultural que está no cerne do Carnaval da cidade.
O palco do Rec-Beat sempre busca proporcionar uma experiência inesquecível ao público ao propor o encontro de diferentes tribos, classes sociais, gênero, gerações, em um espaço democrático, livre e aberto a todo mundo. O evento é hoje como um dos epicentros da efervescência do carnaval do Recife.
A programação traz nomes nacionais e internacionais no já tradicional palco no Cais da Alfândega, sítio histórico da cidade, além de realizar atividades ao longo do ano e palcos especiais em outras cidades (Caruaru, Fortaleza, João Pessoa e São Paulo, entre outras, já receberam edições do Rec-Beat).
O Festival Rec-Beat é uma realização Rec-Beat Produções com patrocínio Prefeitura do Recife e Cepe, incentivo Funcultura – Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura e Governo de Pernambuco, apoio Copergás, Consulado Geral da França para o Nordeste em Recife, Consulado Geral da República Federal da Alemanha em Recife, Paço Alfândega e Pitú. Mídias parceiras Frei Caneca FM e OGrito!.
*Via Assessoria