Quem o vê circulando pelos caminhos da Universidade de Lisboa não imagina que ali se encontra um Pernambucano. Firme em seus conceitos e objetivos, Sidclay Bezerra de Souza se agiganta quando o assunto é “Cyberbullying”.
O pernambucano, Sidclay Bezerra de Souza, defendeu recentemente na Reitoria da Universidade de Lisboa (Portugal), sob a orientação da Profa. Doutora Margarida Veiga Simão, sua Tese intitulada “Cyberbullying: a violência virtu@l conectada ao mundo real dos estudantes em contextos universitários do Brasil e Portugal”, financiada pela Fundação CAPES pelo Programa de Doutorado Pleno no Exterior (BEX 1710/13-3). Sua brilhante apresentação, seguida com arguições realizadas por um conjunto de pesquisadores de renome internacional que foram unânimes em destacar as qualidades da sua pesquisa. O pernambucano teve a sua pesquisa aprovada com Distinção e Louvor, nota máxima que é atribuída numa tese de Doutorado.
A pertinência do estudo consiste na reflexão acerca da importância do clima universitário que é experienciado pelos estudantes como oportunidade de prevenir situações de violência entre os estudantes, neste caso o cyberbullying. O cyberbullying é considerado um comportamento agressivo e intencional que é realizado através das tecnologias por um ou mais indivíduo de forma repetida contra uma ou mais vítima de estatuto semelhante que não pode facilmente defender-se. Atualmente, o cyberbullying apresenta-se como uma preocupação a nível mundial pelas consequências que traz à vida dos estudantes. Ou seja, o fenômeno tem afetado todos os níveis e contextos de aprendizagem, causando, sobretudo na vida das vítimas, repercussões muitas vezes irreparáveis. Pesquisas sobre esta temática no Brasil são reforçadas no sentido de aprofundar-se a compreensão e gerar subsídios para o desenvolvimento de intervenções focais e preventivas.
Momento de Agradecimento aos Componentes do Júri, com homenagem especial a Prof. Dra. Ana Margarida Veiga Simão (Orientadora)
Nas palavras do recém Doutor Sidclay Bezerra de Souza “a pesquisa realizada comprova que um clima positivo nas instituições educacionais precisa ser promovido por estar associado a situações de cyberbullying. Além disso, a promoção de um clima educacional positivo deve atender as condições biopsicossociais dos estudantes proporcionando um sentimento de bem-estar aos estudantes que sejam capazes de romper com o ciclo das agressões. Segundo os professores que arguiram a minha tese, essa foi uma das grandes contribuições da minha pesquisa e o aspecto inovador dela se concretizou por ter realizado uma pesquisa com estudantes universitários do Brasil e de Portugal e verificado que uma parte substancial dos estudantes universitários já vivenciaram situações de cyberbullying “algumas vezes” ou “muitas vezes” na vida” refere o autor.
Uma Tese que tem tudo para se tornar uma referência na discussão do tema em estudo, uma vez que a forma que com que as Tecnologias avançam e adentram na vida dos indivíduos e nas instituições sociais, novas modalidades de interação, e, por conseguinte, de agressão entre pares pode surgir, pontuando desta forma, a importância de se alertar e debater criticamente a complexidade do processo de cyberbullying em nossa contemporaneidade.
Final da Prova de Doutoramento com os componentes do Júri
Atualmente, o Pernambucano assinou contrato com a Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa para trabalhar como pesquisador no âmbito do projeto Cyberbullying: a regulação do comportamento através da linguagem, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/MHC/-PED/3297/2014). Este projeto visa o desenvolvimento de uma aplicação que possa ajudar os adolescentes a regularem o seu comportamento em situações de cyberbullying. O objetivo deste projeto é desenvolver uma aplicação baseada nos princípios da autorregulação do comportamento e ancorada em diversos estudos que nos ajudarão a intervir e, sobretudo, prevenir situações de cyberbullying, refere o Doutor Sidclay Bezerra de Souza.
