O equilíbrio e polarização que tanto aproximam as candidatas à Presidência Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) nas pesquisas divulgadas nesta quarta-feira (3) pelo Ibope e pelo Datafolha são amplamente dissonantes quando se destrincha os números por renda, escolaridade, religião, idade e região no País. Há extremos entre as duas principais candidatas, os quais permitem fazer um recorte indicativo de quem acompanha essa ou aquela corrente.
Pelo mais recente levantamento do Ibope, Dilma possui 37% das intenções de voto, contra 33% de Marina, 15% de Aécio Neves (PSDB) e 1% de Pastor Everaldo(PSC). Em um eventual segundo turno entre as duas primeiras colocadas, a ex-senadora venceria a atual presidente da República (46% a 39%).
Os dados por categorias foram divulgados nesta quinta-feira (4) pelo G1 e apresentam preferências distintas. Com comum, em quase todas os números se nota a acurva ascendente das duas principais candidatas, proporcionalmente à queda do tucano.
Por religião, Dilma segue na preferência dos católicos (40% contra 31% de Marina), ao passo que a pessebista lidera entre evangélicos (43% a 32%) e entre outras crenças (32% a 30%).
No quesito renda familiar, Dilma é líder entre pessoas que ganham até um salário mínimo (49% a 27%) e até dois (38% a 33%). Entre os que ganham mais de cinco salários mínimos Marina é a líder (37% a 28%), enquanto na faixa de dois a cinco salários mínimos há um empate em 35% entre as duas candidatas.
A impressão de “pobres com Dilma” e “ricos com Marina” permanece quando se avalia a escolaridade dos eleitores, já que a petista tem a preferência nos grupos que possuem até a quarta série (50% a 25%) e de quinta a oitava série (44% a 29%). Dos que possuem o ensino médio (38% a 33%) e superior (37% a 24%), a preferência é por Marina.
A larga vantagem sob a pessebista na região Nordeste (48% a 32%) também ajuda a explicar a presença de Dilma a frente da ex-senadora no Ibope. A presidente leva vantagem ainda no Norte/Centro-Oeste (38% a 31%), enquanto a adversária tem a preferência, ainda que por uma margem pequena, no Sul (40% a 33%) e no Sudeste (33% a 31%).
Por fim, Marina é a preferida dos mais jovens, aqueles entre 16 e 24 anos (37% a 33%) e os entre 25 e 34 anos (36% a 35%). Os eleitores entre 35 a 44 anos preferem Dilma (37% a 33%), o que é mantido entre aqueles entre 45 e 54 anos (39% a 29%) e entre aqueles com mais de 55 anos (41% a 31%).
Temas polêmicos
A mesma pesquisa Ibope ainda mediu a posição do eleitorado brasileiro em relação a alguns temas polêmicos. De acordo com os dados, 79% são contra adescriminalização da maconha, contra apenas 17% a favor. Um placar semelhante envolve a questão do aborto: 79% são contrários à legalização e 16%, favoráveis. A maioria – ainda que por margem não tão larga – também rejeita ocasamento gay: 53% a 40%.
Os homens são os que mais rejeitam o casamento entre pessoas do mesmo sexo: 58% deles são contra. Já entre as mulheres, são 49% contra e 44% a favor. Há faixas do eleitorado que são majoritariamente favoráveis à bandeira da comunidade gay: 51% entre os mais jovens, com idade entre 16 e 24 anos, e 55% entre os mais escolarizados, com curso superior. Já a legalização da maconha e do aborto não é defendida nem pelos mais jovens: 74% e 77%, respectivamente, são contrários.
A população está dividida em relação à pena de morte: 46% defendem a medida, e 49% a rejeitam. Já a redução da maioridade penal tem o apoio de oito em cada dez brasileiros.
A pesquisa mostra ainda apoio significativo ao Bolsa Família, principal programa social do governo federal: 75% favoráveis e 22% contrários. Entre os que têm renda mensal de até um salário mínimo, a taxa de apoio chega a 90%.
A privatização da Petrobrás, bandeira levantada pelo candidato Pastor Everaldo (PSC), é rejeitada por 59% e aprovada por 22%.
(Com Estadão Conteúdo)
Fonte: http://www.brasilpost.com.br/