Consumo patológico


A sociedade incentiva a prática do consumo louco e desenfreado

Como explicar o tumulto na semana de inauguração do Shopping RioMar para o público? Na verdade, não foi a abertura do shopping que causou isto, e sim as grandes promoções das megalojas. Casas Bahia, Insinuante, EletroShopping, derrubaram os preços de vários produtos que são essenciais dentro do consumismo exacerbado estimulado pela sociedade.

Os consumidores compulsivos são tão merecedores de cuidados, quanto o dependente de droga, o alcoólatra. E como é comum nestes males, as pessoas demoram a aceitar o problema, aceitar que estão precisando de ajuda. No caso do consumo exagerado, a necessidade de ajuda vem quando o endividamento está extremo, passou dos limites aceitáveis, e tornou-se uma grande bola de neve que envolve agiotas, empréstimos que fogem do orçamento familiar, depressão por não ter o controle das dívidas. Um verdadeiro tumulto emocional e financeiro.

Segundo a psicóloga Fátima Freire, o primeiro passo para a cura é a pessoa reconhecer o problema e abrir mão do controle das finanças, delegar a alguém que possa organizar o pagamento das dívidas. “Tudo que facilite o consumo como cartão de crédito, cheque, crediário, devem ser cortados imediatamente, a pessoa só deve ter o dinheiro contado para as despesas essenciais do dia a dia. E com a disciplina deste início do processo, vem a reeducação financeira”, esclarece a psicóloga.

O relacionamento “amoroso” com as compras deve ser simples e prático, gastar apenas o que pode, sem ficar liso até o final do mês. O caso do tumulto no Shopping RioMar foi a constatação que a doença do consumismo exacerbado esta descontrolada, e contaminando todas as classes. Pois os que não tem energia para enfrentar uma bagunça daquela, vão depois quando o controle dos ânimos dos que causam a arruaça é atenuado.