Recife, a cidade dos paradoxos


Uma metrópole cheia de belos lugares e terríveis problemas

A capital pernambucana é um roteiro de charme. Cais e caos se misturam como num drink cosmopolitano. O caos é o trânsito infernal, que causa um verdadeiro tumulto nas agendas dos recifenses. Alguém tem médico marcado na Ilha do Leite às 18h, e trabalha em Boa Viagem largando às 17h30, pode desmarcar. Você não vai chegar no horário da consulta, e talvez tenha um enfarte no caminho, pois deseja chegar a qualquer custo. Mas o que dizer de um passeio numa tarde de sábado pelo Cais da Alfândega? Caminhando tranquilamente até o Paço, depois apreciar a bela vista do terraço no último andar do shopping. Um programa bem tênue. Mas, tem cidadão que trabalha em Boa Viagem a partir das 8h, mora em Paulista, e sai de casa às 6h30 para pegar o ônibus. Pode desistir de tentar ser pontual. É melhor ficar em pé no ônibus, como de costume, escutando seu walkman vulgo MP3 ou MP4, e certo que vai levar uma boa chamada do chefe. À noite, você resolve visitar o Centro de Artesanato de PE, ao lado do Marco Zero, desfrutando da belíssima vista do novo cais do porto. Lindo! A brisa batendo no rosto, sob as ordens de Iansã. Mas não se esqueça que você mora no Janga, trabalha em Piedade, e amanhã é dia de branco, às 7h horas no serviço, como uma boa empreguete.  Não abuse da brisa do cais, pois no outro dia bem cedo você enfrentará o caos.

 

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