Nada de corda e trio na quarta feira de Salvador

SALVADOR, BAHIA – Logo no embarque, ainda no Recife, você só escuta na fila do check-in as pessoas comentando: “E aí, qual o bloco ou camarote tu vais?”. O destino: Salvador. O avião: lotadíssimo. Ao desembarcar do Luis Eduardo Magalhães, o aeroporto daqui, você já tem uma noção da festa: gente e gente no saguão. Nem um pouco diferente do Recife, antes que me critiquem. Afinal, é carnaval no Brasil e as duas maiores festas – e aí não cabe falar qual a maior, ou melhor, pois os estilos são diferentes (ou nem tanto) – acontecem nas duas cidades.

E como o aeroporto de Salvador fica em Lauro de Freitas, no caminho até a capital o que mais se ver são as grandes atrações, um convite quase irresistível para você curtir absolutamente tudo. De Ivete a Will.I.Am, do Black Eyed Peas, passando por David Guetta e chegando, enfim, a Banda LevaNoiz – do sucesso “Mulher Maravilha”. Tem cordão de isolamento para todos os bolsos. E tem muito bloco ou festa sem cordão. Um carnaval, em sua maioria, para todo mundo.

E foi exatamente uma festa sem cordão, ontem à noite, no circuito Barra-Ondina, que me chamou atenção. Nas ruas, todo mundo junto. E aí você inclui velhos, novos, ricos, pobres, feios e bonitos. As atrações: blocos como “Periquitas Assanhadas e “Gravatas Doidas”, pessoas fantasiadas… Além de orquestras de chão tocando axé ou clássicos do frevo. Tudo muito animado, de rua, sem restrições. Me senti em Olinda. Para ser mais igual só faltou o “sucesso” das ladeiras da cidade alta.

Hoje, no entanto, o carnaval baiano como é conhecido pela maioria das pessoas sai às ruas. Os blocos, os grandes nomes do axé, os agitos dos camarotes Vips, entre outras coisas. E na lista de apresentações, no circuito da Barra, Asa de Águia, Timbalada, Tomate, Netinho, Eva e mais um tanto de trio elétrico. No Campo Grande, por sua vez, onde foi o começo de tudo, que passa por um processo de decadência, além da abertura oficial do carnaval – com a entrega da chave ao Rei Momo -, se apresentam É o Tchan, Tonho Matéria, Arlindo Cruz, Revelação, entre outros. E assim segue a folia baiana.