Sem vitrines e sem desfiles foi o formato do projeto “Muda de roupa”, que está atualizando o convencional modelo de exposições. A proposta também aposta em amostras diferenciadas para divulgar a moda na cidade.
Idealizado por Carol Monteiro e Carol Azevedo, o projeto aconteceu no espaço MUDA, que fica localizado na Rua do Lima, bairro de Santo Amaro, e foi realizado nos dias 06 e 07 de maio, contando ainda com uma amostra especial para o dia das mães (08 de maio).
As pessoas que foram conferir o projeto saíram de lá com uma nova visão de como expor a moda e como ela pode se encaixar perfeitamente às diversas formas de linguagens de arte. Como exemplo, uma performance teatral no meio da rua, dirigida por Eric Valença, com as participações de Juan Guimarães, Adila Gadelha e Nínive Caldas. A apresentação envolvia intervenções urbanas do teatro e da dança.
Já a artista plástica Leila Figueredo expôs um vídeo manifestando elementos de ícones da moda e do trabalho fotográfico dos VJs do Coletivo Santo Lima. Para completar, o público pôde observar fotos de um ensaio exclusivo, feitas por João Arraes no próprio espaço MUDA, que conseguiu criar um clima de ficção através de personagens vestidos com peças de roupas e acessórios de alguns designers e marcas participantes do evento.Estes eram alguns exemplos das variadas linguagens de arte que as pessoas encontravam, ao participarem do evento.
Foram mais de 10 marcas e estilistas que colocaram seus trabalhos em exposição e venda. Entre eles podemos destacar as que estão começando, como a Fral, a Sutil e a Santa Aidá Também encontramos lindos acessórios da designer Isa Silveira, que assina a marca Faz de Conta. Vestidos do estilista Jan Souza, como este que a nossa modelo muito gente boa Samara Cipriano está posando na foto, também estavam expostos. Outras marcas conhecidas presentes no evento foram Avesso e Madame Surtô.
. Simpática Samara Cipriano
. com vestidos do estilista Jan Souza
Muitas peças de brechós e antiquários argentinos trazidas por Carol Azevedo e Carol Monteiro estavam na exposição. Podemos destacar uma bolsa super garimpada no país, da marca Paco Rabanne e um lindo espelho de mão. Tinha também uma parede com vários vestidos de noivas pendurados, que, para mim, passava para os presentes 
um clima de nostalgia. Uma espécie de protesto contra o coitado do vestido, ao fim de um grande amor, alegando a má sorte passada por ele – ou, talvez, apenas para não se lembrar do inicio de um possível fim. Todos os vestidos também são de brechós.
O projeto será realizado duas vezes por ano, sendo essa a primeira edição. A segunda ainda não tem data marcada, mas fiquem ligados porque vale a pena ir prestigiar eventos tão raros e voltados para moda como esse. São totalmente abertos ao público e tem o nobre propósito de unir diferentes formatos de comunicação através da arte, além de divulgar trabalhos não só de quem já tem um nome ou marca consolidada, mas também dando espaço para quem está começando, renovando padrões do universo da moda em Recife.
. Sutil: blusa de alcinha estampada
. Santa Aidá: Colete
Por Natasha França – Colunista da Revista Click Rec
Fotos: Anna Serpa e João Arraes.
