Elas prezam pela transparência exacerbada, sutiã com alça de silicone, tamancos, plataformas, saias de comprimento desproporcional, brilho, lantejoulas, strass, maquiagem combinando com a roupa, e, se possível, tudo misturado
Elas estão em todas as partes: nas ruas, nos shoppings, na balada, na faculdade. Ninguém sabe ao certo de onde surgiram e nem aonde pretendem chegar. As periguetes são moças popularmente conhecidas por abusarem da extrema sensualidade; seja na forma de vestir, seja na forma de se comportar. Elas se escondem nas classes mais baixas da sociedade, no entanto, hoje não é difícil encontrá-las desfilando o periguetismo pela high society brasileira. Essas mulheres das mais diversas faixa etária que aderiram a este estilo de vida, aparentemente não estão nem um pouco preocupadas com o que as pessoas vão achar da sua roupa extremamente curta – ainda que estejam acima do peso – ou da maquiagem exagerada. Ao contrário disso, elas estão vestidas à caráter por acreditar que assim estão muito bem apresentáveis. E por mais que o excesso de auto-estima dessas moças seja louvável, o bom senso nos proíbe de aplaudir o desfecho trágico dessa história.
Para nós, telespectadores, as meninas que se vestem de forma duvidosa causam muito desconforto. A gente até tenta não olhar, mas a lei da atração que uma calça muito justa causa é proporcional ao nível de vergonha que sentimos por quem a veste. Tentamos acreditar que aquela moça errou a mão na hora de se maquiar, e não que ela encheu a cara de blush propositalmente. Acreditamos, ainda, que o sutiã verde-limão transparecendo através da blusa foi apenas um acidente de percurso. Porém, desafiando os limites do bom gosto, a União Nacional das Periguetes nos prova o contrário, e, na esquina seguinte, encontraremos outra jovem com os mesmos requisitos.
Na hora de se vestir as periguetes prezam pela transparência exacerbada, sutiã com alça de silicone, tamancos, plataformas, calças justas, saias de comprimento desproporcional, brilho, lantejoulas, strass, maquiagem combinando com a roupa, e, se possível, tudo misturado. Para não errar nas roupas e acessórios – e não ser confundida com uma seguidora do movimento – é essencial usar esses itens com muita moderação. O primeiro passo é fazer uma fogueira no quintal de casa e queimar tudo que tiver strass dentro do seu guarda-roupa. Jogue fora tamancos com flores, sandálias de plástico (que imitam Melissa) e certifique-se que suas calças têm o tamanho e modelagem adequada para o seu corpo. Mostrar a calcinha e pagar cofrinho é uma especialidade exclusiva do periguetismo. Ao usar roupa com transparência, tomem o cuidado de não mostrar mais do que deveria. Alças de silicone deveriam ser banidas do universo, mas, se você insiste em usá-las, esconda-as dentro da blusa. Por último, e não menos importante, um único conselho sobre as blusas de costa-nua (peça chave do guarda-roupa de toda periguete): ao menos que você tenha as costas da Carolina Dieckmann, não use.
Se mesmo depois desse texto você ainda se identifica e prefere seguir o estilo periguete de ser, não se preocupem, põe a calça cravejada de strass, o tamanco combinando com o cinto e se joga na frente de alguma construção. Os pedreiros e moto-boys adoram esse estilo.
(Esse texto reflete uma opinião bem humorada da autora e não deve ser levado à sério)
Por Kaline Ferreira – Colunista da Revista Click Rec
Fotos: INTERNET