A insustentabilidade do jornalismo cultural

Na verdade o grande problema do jornalimos cultural é saber chegar onde está o seu público

As regras jornalísticas para um bom texto, obviamente escrito, se resumem naquela velha fórmula (e clichê) de perguntas quase monossilábicas: “Quem?”, “Quando?”, “Onde?”, “Como?”, “Por quê?” e “O quê?”. Isso só afirma o quanto o jornalismo mudou e não mudou. Mudou seu formato, mas não seu interior.

Então, será certo começar o artigo com um questionamento? O que é jornalismo cultural? Com um conceito tão vasto e subjetivo, o II Congresso de Jornalismo Cultural, realizado pela Revista Cult no teatro TUCA da PUC-SP, debateu, de 03 a 06 de maio, as características deste estilo sem revelar seu verdadeiro significado. Até porque, não há.

 

Na verdade o grande problema do jornalimos cultural é saber chegar onde está o seu público

As regras jornalísticas para um bom texto, obviamente escrito, se resumem naquela velha fórmula (e clichê) de perguntas quase monossilábicas: “Quem?”, “Quando?”, “Onde?”, “Como?”, “Por quê?” e “O quê?”. Isso só afirma o quanto o jornalismo mudou e não mudou. Mudou seu formato, mas não seu interior.

Então, será certo começar o artigo com um questionamento? O que é jornalismo cultural? Com um conceito tão vasto e subjetivo, o II Congresso de Jornalismo Cultural, realizado pela Revista Cult no teatro TUCA da PUC-SP, debateu, de 03 a 06 de maio, as características deste estilo sem revelar seu verdadeiro significado. Até porque, não há.

 

O que há são vertentes. Formas que se renovam em seu ciclo e que pedem apenas um pouco de conhecimento, um pouco de cultura. Aliás, um tópico bastante defendido no Congresso foi cultura e entretenimento. Esse lance de que toda cultura é entretenimento, mas nem todo entretenimento é cultura é balela. São complementos, andam de lado a lado, promovendo o conhecimento, mesmo quando seus conceitos são distorcidos por alguns reality shows e conteúdos pra lá de… enfim.

 

Nos quatro dias de congresso, as mídias digitais também tiveram seus papeis de mocinhas e vilãs, quando na verdade o grande problema do jornalismo cultural é saber chegar em seu público. Não importa o meio em que o texto será vinculado (sobre a ironia do texto obviamente escrito, algum estudante, provavelmente do primeiro período, perguntou se o texto ‘escrito’ seria extinto), quem escreve tem que entender o seu ponto de vista, o do seu leitor e o da obra para chegar em um equilíbrio. Nada de egoismo, nada de mostrar que só a opinião do crítico conta ou que só gente elitizada sabe o que é cultura.

Se todo o jornalismo está sendo reformado, é hora do cultural parar de querer exclusividade e escrever seus textos de forma que todas as classes saibam o que é cultura. Jornalista nasceu para ser formador de opinião, fazer a cabeça de pessoas menos favorecidas mostrando que elas não podem gostar de MPB e apenas brega ou pagode não é formar opiniões, é utopia.

*Thulio Falcão, colaborador da Revista Click Rec, jornalista formado na Faculdade Mauricio de Nassau.