Pernambuco no Mundo da Moda

Mesmo sendo visto como um cidadão de estilo forte e com uma cultura presente, o pernambucano ainda consome muito vestuário importado

Mesmo sendo visto como um cidadão de estilo forte e com uma cultura presente, o pernambucano ainda consome muito vestuário importado

 

 


Pernambuco tem como característica principal a diversidade cultural, que possui grande relevância quando o assunto é a identidade e a personalidade deste estado. Para compensar, o pernambucano é aquele típico cidadão que ama e se gaba dos pontos fortes de sua terra natal, mas quando o assunto é moda, ainda nos perdemos numa definição clara sobre nosso estilo próprio.


Moda é definida como um segmento cultural que acompanha o jeito de se vestir e o tempo de um específico grupo o indivíduo, que agrega o simples ato do uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, religioso e até climático e musical. Dependendo do estilo de vida do individuo é que dá para se fazer uma análise do que influência de verdade na escolha de seu estilo de se vestir.


No início dos anos 70, com a chegada da pós-modernidade, as pessoas começaram a se preocupar mais em evidenciar seus corpos. A partir daí, as roupas começaram a se alinhar mais à personalidade de cada pessoa, em que ao mesmo tempo eram vendidas massivamente. Surgiram então os movimentos, ou tendências.

Em Recife, na década de 90, nasceu o movimento Manguebeat, que revolucionou o cenário musical brasileiro e consagrou seu estado de origem pela diversidade apresentada e liderada pelas bandas Chico Science e Nação Zumbi e Mundo Livre S/A. De acordo com a designer em Moda, Natasha França, esse movimento lançou um marco na construção de um estilo próprio e pernambucano. “Enquanto Chico Science e Fred 04 mostravam à sociedade o Manifesto Caranguejos com Cérebro, eles começavam paralelamente, e sem intenção, uma nova forma de se vestir na capital pernambucana”, destacou a estilista.


De lá pra cá, aconteceram algumas adaptações no vestuário pernambucano, mas sem nenhuma mudança radical. Num olhar mais abrangente, percebe-se que os movimentos continuam com suas características principais, e que existem algumas tendências que você só encontra aqui, devido ao clima e as questões culturais da região.


Por outro lado, Pernambuco ainda é um estado que importa muitas tendências do sudeste brasileiro, mas que pode ter esta situação mudada devido à chegada de investimentos na indústria têxtil pernambucana. O Governo do Estado e a UFPE estão investindo em escolas técnicas e profissionais mais qualificados no ramo, visando suprir a demanda que irá chegar com os empreendimentos.


Além disso, marcas pernambucanas estão se consagrando fora do estado. Na edição do Fashion Rio do ano de 2006, o principal convidado foi a Renarte, que tem como trabalho buscar a interação do artesanato pernambucano com o pólo confeccionista da região. “Eu acho que o estilo de Pernambuco está caminhando para a sua consolidação. Alguns estudantes de Moda, além de estilistas locais daqui estão pensando e criando tendências exclusivas de Pernambuco, mas sem fanatismo”, completou Natasha França.