Michael Moore: Perfil de um dos documentarista mais polêmicos da atualidade
Apesar de todo o sucesso que Moore tinha ele ainda não era uma figura muito conhecida, principalmente fora dos Estados Unidos
Por Thiago Carvalho
23.01.09
Michael Moore, o documentarista mais polêmico da atualidade, nasceu em 23 de abril de 1954 em Flint, no Estado de Michigan. Moore abandonou a faculdade ainda no primeiro ano e logo após criou o jornal independente Flint Voice, que acabaria se transformando em Michigan Voice. Posteriormente foi chamado para trabalhar em São Francisco onde escreveria para uma revista, mas suas idéias não agradaram aos editores e logo retornou a Flint.
Quando retornou descobriu que o presidente da GM, Roger Smith havia iniciado uma política de retenção de gastos fechando todas as fábricas da cidade, cuja economia dependia diretamente da produção de veículos. E foi pegando como ponto de partida o fechamento das fábricas que Moore deu início à sua carreira de documentarista e passou três anos perseguindo o executivo, em festas, clubes e no prédio da companhia em Detroit. O resultado das imagens obtidas foi o documentário Roger e Eu (1989).
Com um adiantamento de 8 milhões de dólares da Warner para o filme ficcional, Moore realizou Canadian Bacon (1995), uma comédia satírica sobre a declaração de guerra dos Estados Unidos contra o Canadá, feita por um presidente idiota. O filme teve sérias complicações por causa da Guerra do Golfo, a Warner abandonou a produção e Moore teve que tentar vender a distribuição para alguns estúdios. Quando viajava para Los Angeles para vender Canadian Bacon (1995), foi convidado pela NBC para fazer o programa de TV Nation (1995). O programa fazia quadros humorísticos comcríticas à sociedade. Mesmo com críticas favoráveis, ficou no ar apenas por dois anos.
Depois da TV Moore resolveu entrar para o mundo das letras e escreveu o livro humorístico Downsize This! (Enxugue Isso!), que entrou para a lista dos best sellers. Durante a viagem que fez para divulgar o livro por quarenta cidades do EUA, o escritor aproveitou para filmar o seu segundo longa documentário: The Big One (1997), no qual visita algumas empresas para saber por que estavam fechando suas fábricas nos Estados Unidos e se mudando para outros países, mesmo dando lucros de bilhões de dólares. No documentário ele desafia o presidente da Nike e entrega um cheque de 80 centavos de dólar para o pessoal da Johnson Products, o valor que os funcionários do México recebem por uma hora de trabalho.
O formato do segundo documentário de Moore inspirou outro programa para a televisão o The Awful Truth (1999), no qual o humor era mais pesado do que TV Nation. Ele convidava, por exemplo, o responsável de um hospital para o funeral de um homem a quem eles negaram um transplante.
Apesar de todo o sucesso que Moore tinha ele ainda não era uma figura muito conhecida, principalmente fora dos Estados Unidos. E foi na noite de entrega do Oscar quando Tiros em Columbine (2002) ganhou o prêmio de melhor documentário que Michael Moore fez o seu famoso discurso. “Chamei os outros indicados para melhor documentário ao palco porque nós gostamos de realidade. Gostamos da realidade, porque nós vivemos tempos fictícios, com eleições fictícias e um presidente fictício. Estamos lutando uma guerra por razões fictícias. Que vergonha, senhor Bush, que vergonha”, finalizou Michael.
O documentário retrata a natureza violenta dos Estados Unidos e usa o massacre de Columbine como fio condutor do filme. Tiros em Columbine (2002) se tornou a maior bilheteria do gênero em todo mundo, ganhou vários os prêmios além de ter sido o primeiro documentário a concorrer no Festival de Cannes em cinqüenta anos.
Ele lançou mais dois livros Stupid White Men, (Cara cadê meu país?) e o seu documentário mais polêmico: Fahrenheit 9/11 (2004), que crítica a administração de George W. Bush mostrando as ligações da família Bush com Bin Laden e empresários sauditas. O ponto de partida utilizado pelo documentarista foi o atentado de 11 de setembro.
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