Especialista da Wyden destaca todos os custos que devem ser considerados – até mesmo os “invisíveis”, que muita gente esquece – e ensina a fazer os cálculos necessários para não tomar prejuízo
A Páscoa está logo aí e muita gente pretende aproveitar a data festiva mais doce do ano para garantir aquele dinheirinho extra, produzindo e vendendo seus ovos de chocolate artesanais. Mas como calcular corretamente o preço que deve ser cobrado? É comum esquecer de considerar alguns custos não tão evidentes e, finalizadas as vendas, perceber que acabou não tendo nenhum lucro com essa comercialização ou até prejuízo. Caio Nunes, professor de Gastronomia da Wyden, explica quais são os quatro passos simples para garantir a melhor rentabilidade.
Passo 1 – Somar cuidadosamente todos os custos
Algumas despesas são mais óbvias, outras, nem tanto, por isso cheque se você incluiu tudo:
– Ingredientes – chocolate, recheio, confeitos, ou seja, tudo que você precisa para produção dos ovos de Páscoa;
– Embalagens – desde as mais simples até as mais elaboradas. Use a criatividade para gastar menos;
– Despesas para a compra do material – muito importante considerar a gasolina, Uber ou frete de matérias-primas compradas pela internet;
– Despesas “invisíveis” – ao valor total, adicione mais 10% para agregar os custos “invisíveis”, como água, luz e gás.
“Com a soma desses custos e sabendo o rendimento da sua receita, é possível chegar ao valor de cada ovo de Páscoa”, destaca Caio Nunes. “Por exemplo, supondo que valor desta etapa fique em R$ 50,00 e, com isso, seja possível produzir 10 ovos, o valor dos custos diretos para produzir uma unidade de ovo fica em R$ 5,00”, diz o professor da Wyden.
Passo 2 – Verificar quanto tempo é necessário para a produção
“Usando o exemplo do Passo 1, já sabemos que o volume produzido com aquele material é de 10 unidades, agora precisamos saber o que incluir nesse tempo que é gasto para a fabricação desses 10 ovos”, aponta Nunes. “Esse período deve incluir o tempo para fazer as compras, preparar as receitas, embalar cada ovo e limpar a cozinha”, enumera. “Vamos imaginar que você somou todos os tempos e chegou a 240 minutos, ou quatro horas, para 10 unidades, ou seja, você leva 24 minutos para preparar cada ovo de Páscoa”.
Passo 3 – Precificar seu tempo
“Considere o seu produto e descubra na sua região qual o salário base para uma confeiteira ou auxiliar, sabendo que a remuneração base para essa função deve ficar por volta de R$ 2.500,00”, indica o professor da Wyden. “Dívida este valor por 220 – que é o número de horas trabalhadas por um funcionário em uma empresa – para encontrar o valor da mão de obra por hora”, ressalta. “Neste caso, o resultado da divisão é R$ 11,36, e este é o valor da hora trabalhada pelo funcionário”.
A partir daí, o especialista explica que é possível determinar o valor do tempo para produzir um ovo de Páscoa. “É preciso dividir R$ 11,36 por 60 (minutos) e multiplicar por 24 (tempo gasto para produzir cada unidade)”, ensina. “O resultado é R$ 4,54, e esse é o valor do tempo transformado em dinheiro para produzir uma unidade”.
Passo 4 – Calcular o preço de venda
Com todas as informações anteriores em mãos, finalmente é possível determinar corretamente o preço de venda do seu produto. “O preço mínimo é o valor final dos Custos por Unidade + o valor final do Tempo por Unidade”, informa Caio Nunes. “No nosso exemplo acima, então nosso ovo de Páscoa tem o valor final mínimo de venda de R$ 9,54, ou seja, cada ovo de Páscoa tem R$ 5,00 de custos + R$ 4,54 de tempo”, esclarece. “Neste caso só compensa vender cada unidade por este preço mínimo para assegurar a rentabilidade”, completa o professor da Wyden.
*Via Assessoria