Equipamento cultural de Recife foi reconhecido pelo valor histórico e por guardar as maiores referências do ritmo pernambucano
O Paço do Frevo, administrado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), foi escolhido pelo bloco pernambucano O Homem da Meia Noite como um dos homenageados do próximo carnaval. Em coletiva de imprensa realizada hoje pelos 90 anos do tradicional bloco carnavalesco de Olinda, o equipamento cultural foi reconhecido pelo incalculável valor histórico e por guardar as maiores referências do ritmo pernambucano. “Ano que vem, o Homem da Meia Noite comemora 90 anos e o frevo comemora 10 anos reconhecido como patrimônio imaterial. O Paço do Frevo surge como um forte eixo dentro desse plano de salvaguarda e o IDG, instituição que represento, tem a honra, o prazer e o grande senso de responsabilidade que é estar à frente da gestão deste equipamento cultural”, exaltou Maria Garibaldi, Diretora de Desenvolvimento Executiva do IDG, ao receber a homenagem.
Com o tema FERVER!!, uma referência à história do maior ritmo de Pernambuco, o Clube de Alegorias e Críticas O Homem da Meia Noite decidiu homenagear cinco referências do frevo, entre elas o Paço do Frevo. Instalado no Bairro do Recife, a instituição é um Centro de Referência em Salvaguarda do Frevo dedicado à difusão, pesquisa, lazer e formação nas áreas da dança e música do frevo. Seu objetivo é proteger, divulgar e propagar a prática do frevo para as futuras gerações e ser um espaço de promoção e celebração da cultura carnavalesca e do frevo durante o ano todo.
Sobre o Paço do Frevo
O Paço do Frevo, espaço cultural mantido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), é reconhecido pelo IPHAN como centro de referência em ações, projetos, transmissão, salvaguarda e valorização de uma das principais tradições culturais do Brasil. Registrado patrimônio pela UNESCO e pelo IPHAN, o frevo é um convite à celebração da vida, por meio da ativação de memórias, personalidades e linguagens artísticas, que no Paço do Frevo encontram seu lugar máximo de expressão, na manutenção de ações de difusão, pesquisa e formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do frevo. Ao longo de sete anos, recebeu mais de 700 mil visitantes, teve mais de 2 mil alunos formados em suas atividades e promoveu mais de 600 apresentações artísticas, em atividades presenciais e virtuais, que incluem o denso engajamento de seus mais de 60 mil seguidores nas redes sociais.
Sobre o IDG
O IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão é uma organização sem fins lucrativos especializada em gerir centros culturais públicos e programas ambientais e também atua em consultorias para empresas privadas e na execução, desenvolvimento e implementação de projetos culturais e ambientais. Responde atualmente pela gestão do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, Paço do Frevo, em Recife, como gestor operacional do Fundo da Mata Atlântica e como realizador das ações de conservação e consolidação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, na região portuária do Rio de Janeiro. Também é responsável pela implementação da museografia do Memorial do Holocausto, a ser inaugurado em 2022 no Rio de Janeiro. Saiba mais no link
Sobre o O Homem da Meia-Noite
Minutos antes da meia noite do sábado de Zé Pereira, uma multidão invade as ladeiras da Cidade Alta para ver de perto um dos maiores espetáculos do Carnaval de Pernambuco. Imponente, bem vestido de verde e branco e com o seu tradicional chapéu cartola preto, ele sai pelas ruas arrastando os foliões que ainda tem fôlego para brincar depois de um dia inteiro e acompanhar ao som de muito frevo o Homem da Meia Noite.
Foi assim ao longo de 90 anos desde a fundação do clube na Marim dos Caetés no dia 02 de fevereiro de 1932. Benedito Bernardino da Silva, Sebastião Bernardino da Silva, Luciano Anacleto de Queiroz, Cosme José dos Santos, Manoel José dos Santos e Eliodoro Pereira da Silva eram dissidentes da troça Cariri de Olinda.
Existem duas versões para a criação do Homem da Meia Noite. A primeira conta que Luciano Anacleto de Queiroz ficou impressionado com o personagem do filme O Ladrão da Meia Noite, que sempre saía de um relógio num lugar diferente da cidade para cometer os roubos. Para homenageá-lo, Anacleto teria criado o Homem da Meia Noite e o clube carnavalesco.
A outra versão diz que o marceneiro Benedito Bernardino sempre via passar pela Estrada do Bonsucesso um homem alto, elegante, trajando verde e branco com um chapéu preto e um dente de ouro. Sempre a meia noite ele passava e acenava. Fato incomum para aqueles anos 30, Benedito resolveu segui-lo e descobriu que aquele homem na verdade era um apreciador das mulheres e passava as noites pulando as janelas das donzelas olindenses. Benedito Bernardino é o autor do hino oficial do clube.
Independente de sua origem, o Homem da Meia Noite hoje é um símbolo da Festa de Momo de Olinda. Um Patrimônio Vivo de Pernambuco, título conquistado em 2006. Todos os anos ele desperta nas pessoas uma magia indescritível.
Foto: Maria Garibaldi, Diretora de Desenvolvimento de Públicos e Relacionamento do IDG, recebe a homenagem na coletiva de imprensa do bloco O Homem da Meia Noite (Créditos: Ciro Guimarães)
*Via Assessoria