Especialistas ressaltam a importância desta campanha para a saúde dos recém-nascidos e das mães
O mês do Aleitamento Materno no Brasil foi instituído pela Lei nº 13.435/2.017 que determina que, no decorrer de agosto, serão intensificadas ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno, intitulado de Agosto Dourado. O mês é conhecido dessa forma por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
A preceptora do curso de Nutrição do Centro Universitário UniFBV, Marcia Rodrigues, afirma que “sempre quando falamos de aleitamento materno pensamos na saúde do bebê, mas é importante falar dos benefícios para a mãe também. A amamentação previne o câncer de mama, ajuda no pós-parto e além de proteger a criança de uma série de doenças e melhorar a parte nutricional, ajudando a prevenir diabetes, colesterol elevado, obesidade e hipertensão na vida adulta. Temos que levar isso cada vez mais às pessoas”, diz.
A especialista destaca ainda que “é de extrema importância orientar as mulheres, desde os pré-natais. Elas devem se preparar para vivenciar a amamentação. Muitas delas apresentam dificuldades no processo justamente pela falta de informação. Apoiá-las e ajudá-las a entender que amamentar é algo possível e, principalmente, essencial, é desafiador para os profissionais que estão comprometidos com a saúde materno-infantil. O leite materno é o primeiro alimento do bebê, ou seja, ele é perfeito para a primeira fase da vida da criança”, finaliza.
Vale reforçar ainda que em pesquisa publicada em 2016 no periódico The Lancet os números apontavam que a universalização do aleitamento exclusivo — ou seja, ter todas as crianças do mundo se alimentando somente com o leite materno no início da vida — poderia prevenir 823 mil mortes por ano entre meninos e meninas com menos de cinco anos de idade, além de evitar 20 mil mortes por câncer de mama anualmente.
Benefícios além da nutrição
Para a psicóloga e professora da Estácio, Cassiane Amaral, a relação do amamentar vai muito além de apenas suprir uma necessidade puramente biológica. “A prática da amamentação na relação entre mãe e bebê é fundamental para construção deste vínculo”, afirma. Porém, é importante destacar que o vínculo também é construído independentemente se a mãe realizar o processo de amamentação, introduzindo a mamadeira ao bebê.
Diante da importância da nutrição, se por acaso uma mãe não conseguir amamentar seu bebê por insuficiência de leite ou por qualquer outra razão, há a ocorrência de sofrimento da parte da mãe, quando há o desejo de amamentar e não se tem êxito. Para Cassiane, é importante não impor culpa sobre a mãe, já que os motivos pelos quais este fator ocorre variam da natureza de cada mulher.
Contudo, a psicóloga explica que não há prejuízo da não realização do processo mais comum de amamentação sobre a saúde do bebê, tendo em vista que existem outras formas de realizar este processo. “E estas formas são igualmente benéficas para seu desenvolvimento”, finaliza.
*Via Assessoria