Aerosmith – Um furacão de vaidades

Definitivamente a idade chega para todos. Talvez esta seja a frase que resuma a vinda dos americanos do Aerosmith ao Brasil, principalmente, pela lista de exigências dos mesmos.

Definitivamente a idade chega para todos. Talvez esta seja a frase que resuma a vinda dos americanos do Aerosmith ao Brasil, principalmente, pela lista de exigências dos mesmos.

 

Bebedeira? Drogas? Mulheres? Que nada! Agora eles vivem a era dos “sexagenários – light.”

Vamos lá, qual roqueiro de verdade pediria na sua lista de exigências coisas como: um doutor em medicina geral, um otorrinolaringologista, um massagista e um quiroprático que os acompanhe em todos os shows da turnê pelo país? De fato os grisalhos de Boston estão mudados.

O que cai na mídia é que apenas o vocalista Steve Tyler é viciado em analgésicos e nada mais. No entanto, para seu deleite pessoal, o “bocão”, solicitou da produção: “bananas orgânicas”, “maçãs rosadas”, “atum de albacora”, “manga”, “abacaxi”, “tofu” e uma “porção de couve” (é verdade). Isto tudo misturado, deve dar uma combinação fantástica com Paracetamol, aos 62 anos de idade.

Por outro lado, o grande guitarrista Joe Perry, que é pré-sessentão, solicitou uma variada quantidade de “iogurtes e frutas secas.”

Os músicos da banda terão cada um seu camarim e, além disso, o backstage será composto com mais 5 salas extras. Uma para afinação de instrumentos, um refeitório, uma sala de internet, “sala de aquecimento” e uma sala para familiares e convidados. É mole?

Eles estão no no Brasil para mostrar um repertório clássico em quase sua totalidade. Segundo Perry, eles tentam fazer um novo álbum há 6 anos, mas não conseguem fechar. Ele atribui isto a coisas que terminam por dispersar os membros da banda. Depois desta turnê, eles pretendem começar de onde o trabalho foi parado pela última vez e só assim poderemos ter alguma novidade.

Já Brad Whitford afirma que eles não sabem se irão utilizar as músicas que já existem. Segundo ele: “Existem muitas músicas quase prontas para a gravação, mas, a sua preferência pessoal é começar do zero”. Pensamento que discorre totalmente de Joe Perry.

Na verdade, eu penso que o Aerosmith está se despedindo. Ao contrário de outros “rock-stars” que anunciam que é a “última turnê”, os desentendimentos reinam e contribuem a passos largos para que isto ocorra.

Desde o ano passado o vocalista Steve Tyler afirma que estaria se afastando do Aerosmith por um período de 2 anos. Os demais integrantes chegaram a anunciar a procura de um novo vocalista para banda, o que não se concretizou justamente por esta turnê que agora chega ao Brasil.

Há muito, Perry, que é um dos pilares de sustentação do grupo, afirma que ele e Tyler (o outro pilar) não são tão amigos como já foram. Na minha concepção, isto é alarmante para os milhões de fãs da banda, ao contrário do que afirmou a “Toda-Poderosa”.

Mas, o que importa é a música! E neste ponto o Aerosmith sempre teve muita competência. Para quem curte o bom e velho rock n´roll, a banda tem dois discaços – “Toys in the Attic – (1975)” e “Rocks – (1976)”. Ambos fazem parte do seleto grupo de álbuns eternos.

E vamos falar a verdade, sem frescuras. O “Get a grip – (1993)”, também é legal e embalou muitas baladinhas de uma geração inteira.

Enfim, boa audição dos álbuns e bons shows para quem puder ir.

Por Gilberto Valle – Crítico de Música da coluna Baque-Solto