Um grupo de jovens que buscam através dos seus sonhos sair do anonimato e alcançar o estrelato. É através desse enredo que a série “Clandestinos – O Sonho Começou”, uma adaptação da peça homônima de João Falcão, vem conquistando milhares de brasileiros desde a sua estréia no inicio do mês na Rede Globo.
A história começa com o rebuliço causado pelo diretor, Fábio (Fábio Enriquez), que convocou jovens atores de todo o Brasil para um teste no Rio de Janeiro. Amontoados na frente do teatro e ansiosos para mostrar sua arte em apenas 90 segundos, os candidatos nem imaginam que o que está em jogo é muito mais do que uma boa interpretação: o diretor pretende colher trajetórias interessantes para montar seu espetáculo.
“Clandestino – O Sonho Começou” é uma mistura de ficção, realidade, realismo, fantasia, documental e dramaticidade. Porém, a série faz uma critica para as dificuldades da vida do ator e da difícil realidade de montar um espetáculo de teatro no país. Além disso, apresenta uma critica para as grandes redes de televisões – inclusive a própria Rede Globo- sobre o preconceito imposto na hora de conseguir uma vaga para determinados personagens. Mais um exemplo foi o do capítulo desta última quinta – feira (19), nas vésperas da comemoração da Consciência Negra, Eduardo (Eduardo Landim) mostrou as dificuldades de um ator negro, que sofre preconceito para conseguir os papéis que deseja desde a época de teatrinho da escola somente os estereotipados para negros. ” Não sei quantas vezes já fui o Saci e o Negrinho do Pastoril.” lembra o personagem.
Outro fator importante é que ao contrário de outras produções da emissora, que está repleta de estrelas, o programa usa os atores desconhecidos do público em geral. Entretanto são os mesmo atores escalados para o espetáculo utilizados na minissérie. Apesar de novos eles têm demonstrado muita segurança nas cenas protagonizadas.
“Clandestinos” é a transposição para a TV de um projeto criado pelo diretor João Falcão em 2008. Assim como o fictício Fábio, ele chamou jovens para um teste, selecionou as melhores histórias e transformou o resultado em uma peça que está em cartaz há dois anos no Rio.
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