Divertida homenagem a Chico Anysio e Lucio Mauro, sucesso “Gostava mais dos pais” fará curta temporada no Teatro do Parque, de 23 a 25 de maio. Comédia propõe reflexão bem humorada sobre a adaptação à era digital e a preservação da identidade diante da pressão da herança paterna
Embora o humor corra nas veias de Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho, carregar o DNA de dois ícones da comédia brasileira e ainda seguir a mesma profissão não é algo trivial. Esse é o fio condutor do espetáculo “Gostava mais dos pais”, que, após sucesso fenomenal, desembarca para curta temporada no Teatro do Parque, dias 23, 24 e 25 de maio. Na peça, os atores celebram a amizade de longa data e as dores e delícias de sucederem a Chico Anysio (1931 – 2012) e Lucio Mauro (1927 – 2019). Os ingressos, a partir de R$ 50, já podem ser comprados em eventim.com.br.
“Esse espetáculo é, antes de tudo, a celebração da grande amizade que nossos pais passaram para nós. Nossas trajetórias se entrelaçaram por conta própria, repetindo uma feliz parceria deles, mas do nosso jeito, no nosso tempo”, resume Lucio. “Na peça nós os usamos para falar sobre a passagem do tempo e a tentativa de entender o nosso lugar nesse mundo novo”, completa Bruno.
O embrião do projeto nasceu ainda antes da pandemia, quando estavam em turnê com “5x Comédia”, espetáculo que rodou o país de 2017 a 2019. Debora Lamm foi convidada para assinar a direção de “Gostava mais dos pais”, enquanto Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão respondem pelo texto, escrito a partir de questionamentos levantados pela dupla de protagonistas. Com mais de 78 mil espectadores desde sua estreia, em março de 2024, o espetáculo lotou todos os teatros por onde passou em São Paulo, Belo Horizonte, Rio, Belém, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis.
“Nós somos parceiros da Debora há pelo menos 20 anos, no teatro, no cinema e na TV. É uma química testada e aprovada, tanto na esfera pessoal quanto na profissional”, pontua Lucio. “Eu e Lucinho começamos a ter várias ideias, mas queríamos um olhar de fora. Foi aí que convidamos Aloísio e Rosana, dois parceiros meus de muitos anos, que assinaram comigo os roteiros de ‘A Diarista’ e ‘Cilada’, respectivamente. Nós sabíamos sobre o que gostaríamos de falar. Eles nos ouviam, traziam ideias e a gente lia, debatia, levantava outras. Enfim, foi um trabalho muito participativo”, conta Bruno.
Os atores interpretam cerca de dez personagens e várias versões de si mesmos numa série de esquetes que entrecruzam as suas histórias de vida com temas contemporâneos, como as barreiras impostas ao humor e a dificuldade de encontrar os seus lugares na era digital, a cultura do cancelamento, a instantaneidade das viralizações e as fake news.
“Uma das finalidades do humor é fazer as pessoas olharem para coisas que estão acontecendo na sociedade sob outra perspectiva. E a nossa peça faz uma reflexão sobre a linha tênue que define os limites da comédia e da nossa responsabilidade de estar em sintonia com o nosso tempo. O humor também envelhece”, pondera Lucio. “Rir de si mesmo é humor esperto. Numa mistura de autoficção e variados personagens, os meninos fazem um divertido panorama de suas próprias trajetórias, abraçam a crise da maturidade em meio ao declínio do patriarcado e, simultaneamente, emocionam ao falarem da importância da amizade e parceria que perpassam os anos”, observa Debora Lamm.
REFLEXÕES E NOVOS TEMPOS – Os atores brincam também com o peso do legado dos pais – e as inevitáveis comparações com eles –, a dificuldade de entenderem seus lugares no mundo moderno e o esforço para se manterem relevantes na faixa da meia-idade.
“É uma reflexão também sobre o desejo de não remar contra a maré e ao mesmo tempo entender os novos tempos. Ou seja, nós não somos youtubers, nós não sabemos fazer um TikTok. Então, o que a gente faz? Será que ainda vai ter espaço para o que a gente sabe fazer”, questiona Bruno. “Enxergar o novo é a chave. E também buscar um equilíbrio entre a bagagem que acumulamos e podemos oferecer aos projetos, sempre mantendo as portas abertas para as novidades”, complementa Lucio.
O título faz alusão a uma situação que os atores vivenciaram inúmeras vezes quando interpelados na rua. Ela tece mil elogios, mas finaliza o encontro com a frase: “Gostava mais do seu pai”. Ainda assim, nenhum dos dois se furta em fazer piada dessa “herança”. Uma das cenas brinca com o aposto “filho do Chico Anysio”, frequentemente associado a Bruno em entrevistas na TV, enquanto o minimalista e sofisticado cenário concebido por Daniela Thomas exibe uma sequência de imagens de arquivo que ilustram o episódio. Lucio, por sua vez, diverte-se com o fato de que não consegue escapar de seu próprio sobrenome.
A pressão para permanecerem antenados com o mundo contemporâneo enquanto se aproximam dos 50, além dos conflitos internos e consequências decorrentes disso, permeiam diversos momentos do espetáculo. O ponto de partida é um debate sobre a postagem ou não de uma dancinha deles no TikTok e o que se desencadeia depois são recortes de pontos de vistas afiados que provocam risadas e reflexões.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho
Direção: Debora Lamm
Dramaturgia: Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão
Cenografia: Daniela Thomas
Iluminação: Wagner Antônio
Figurino: Marina Franco
Trilha Sonora: Plínio Profeta
SERVIÇO
Gostava mais dos pais
De 23 a 25 de maio de 2025 – Sexta e sábado, às 20h; domingo, às 18h.
Teatro do Parque: Rua do Hospício, 81, Boa Vista, Recife
Informações: (81) 99488-6833
Ingressos à venda no site Eventim:
Plateia Baixa: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia)
Plateia Alta: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)
Camarote: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)
Link: https://www.eventim.com.br/artist/lucio-mauro-filho/
Classificação: 14 anos
Duração: 80 minutos
*Via Assessoria