Universidade oferece acompanhamento psicológico gratuito para a comunidade 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 8 pessoas globalmente vive com algum transtorno mental, o que equivale a cerca de 970 milhões de pessoas. No Brasil, a situação da saúde mental também é alarmante, refletindo as tendências globais, com desafios particulares em termos de acesso ao tratamento e impacto social. Segundo dados da OMS, cerca de 9,3% da população brasileira sofre de algum tipo de transtorno de ansiedade, sendo o país com a maior prevalência desse transtorno no mundo. Além disso, aproximadamente 5,8% dos brasileiros convivem com depressão, o que também coloca o país entre os mais afetados por essa condição. O suicídio é a quarta principal causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos no país, de acordo com o Ministério da Saúde.

 

Apesar dos esforços, a falta de acesso ao tratamento é um dos maiores obstáculos no Brasil. Aproximadamente 76% das pessoas com transtornos mentais graves não recebem o tratamento necessário, seja pela carência de profissionais qualificados, infraestrutura inadequada ou pelo estigma associado a essas doenças. Em muitas regiões do país, especialmente nas áreas mais remotas, o acesso aos serviços de saúde mental é escasso ou inexistente. Iniciativas como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) têm tentado preencher essa lacuna, oferecendo serviços públicos de saúde mental, mas a demanda ainda supera a oferta. Ou seja, a acessibilidade ao tratamento psicológico é limitada àqueles que podem pagar por atendimento privado ou conseguir vagas em programas públicos.

 

O serviço Escola de Psicologia do Centro Universitário UniFBV Wyden desempenha um papel crucial na democratização do acesso aos cuidados com a saúde mental, proporcionando psicoterapia gratuita para pessoas que, de outra forma, não teriam condições de custear um atendimento sistemático. Essa é uma questão de extrema relevância, já que, historicamente, a psicologia foi vista como um serviço elitista, voltado para um público com condições financeiras para arcar com os custos dos atendimentos clínicos.

 

O impacto social do serviço escola na comunidade se estende além do atendimento direto, envolvendo também iniciativas de conscientização sobre a importância da saúde mental. A clínica não apenas oferece atendimento, mas também promove atividades extensionistas que, segundo a coordenadora Nádia Oliveira, visam sensibilizar a população sobre os cuidados preventivos que podem ser adotados para manter a saúde mental em dia. “Através dessas iniciativas, buscamos mostrar que a psicoterapia não deve ser vista apenas como uma solução para problemas já existentes, mas também como um recurso preventivo, onde se pode trabalhar questões emocionais e comportamentais antes que se tornem problemas mais sérios”, destaca Nádia. “Qualquer pessoa – crianças, adolescentes, jovens, jovens adultos e idosos – pode se inscrever e ter um acompanhamento psicoterapêutico gratuito e sistemático, de acordo com o funcionamento da clínica.”

 

A prática dos alunos no serviço da clínica escola é baseada em um referencial teórico da psicologia, no qual todo atendimento psicoterapêutico é alinhado da teoria à prática, embasando cientificamente a escuta. Os alunos participam de supervisões de estágio semanalmente, onde discutem, de forma prática, os atendimentos clínicos com um profissional experiente na abordagem de campo. O trabalho da clínica escola une a formação dos alunos à excelência na qualidade do atendimento oferecido à comunidade. “Estamos sempre discutindo os casos em conjunto, com os alunos e supervisores, realizando estudos e aprimorando a análise para identificar a abordagem mais indicada para cada caso. É uma forma de garantir a qualidade e a formação contínua do aluno durante o estágio. Entre as iniciativas do curso de Psicologia da UniFBV, a liga acadêmica voltada para a Teoria Cognitivo-Comportamental e o grupo de trabalho em Psicanálise estão inseridos na prática dos atendimentos clínicos e reforçam tanto a formação dos alunos quanto a qualidade técnico-científica dos atendimentos”, afirma a coordenadora Nádia Oliveira.

 

Além dos casos de saúde mental que necessitam de atendimento psicológico, outra demanda crescente é a de crianças com condições neurodivergentes, como autismo e TDAH. Esses casos requerem apoio psicopedagógico, o que gera uma demanda estrutural, mas ainda não são atendidos pela clínica escola, já que demandam um atendimento multiprofissional.

 

Serviço

Onde se inscrever: Recepção do Núcleo Integrado de Saúde (NiS)

Endereço: Rua Jean Emile Favre, 422 – Imbiribeira, Recife

Horário de funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 18h (Para informar o nome na lista de espera)

*Via Assessoria