A cantora Walkyria informou através do seu perfil que seu filho foi encontrado sem vida na madrugada desta terça-feira (03). Segundo a cantora o adolescente teria tirado a própria vida após receber comentários negativos em um vídeo postado através de uma rede social.
Segundo o psicólogo e especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, Rodrigo Nery, o vídeo de desabafo dela é desolador e assustador. “Vocês tem noção disso? Um adolescente tirou a própria vida. É preciso reconfigurar as noções sociais. De tudo! A internet está adoecida. É inadmissível alguém ir no perfil de outra pessoa destilar ódio gratuitamente”, comentou.
O cyberbullying, também conhecido como bullying virtual, é uma forma de assédio moral realizada por meio da internet. Tal manifestação baseia-se em ofensas frequentes a determinada pessoa. Ao longo do tempo, essas atitudes repetitivas podem causar uma série de danos emocionais ao indivíduo, como preocupações, ansiedade, sentimentos ruins e, em casos extremos, pensamentos suicidas.
“O que tem acontecido frequentemente vai além do debate, se tornou um linchamento virtual e até uma espécie de cyberbullying nas redes sociais. Não é porque a pessoa é famosa, que dá direito a ser massacrada, sofrer xingamentos e julgamentos alheios”, disse.
O psicólogo ainda fez um um apelo às mães pais, familiares e amigos. “Fiquem atentos aos seus filhos. Observem e deem ouvidos ao que os jovens trazem como queixas da saúde mental. Não está fácil pra ninguém. Valide os sentimentos e monte uma rede de apoio”, alertou. “
Os constantes xingamentos e exposições típicos da cultura do cancelamento podem gerar problemas físicos e principalmente emocionais. Há pessoas que terão marcas pelo resto da vida e dificilmente terão uma rotina normal.
O que acontece muitas vezes é uma reclusão, tristeza, ansiedade e até depressão. “A pessoa pode até perceber que errou e reconhecer isso, mas nunca mais será a mesma e terá que sempre se policiar em relações às suas atitudes, gerando ainda mais sintomas de ansiedade”, afirma Nery.
Nesses casos, será necessário um acompanhamento com médicos e psicólogos que vão estabelecer um melhor caminho e tratamento para cada indivíduo. Para algumas pessoas, o tratamento terá que ser à base de remédios, além de consultas periódicas com psicoterapeutas. Já em situações extremas, a volta para a rede social pode ser quase impossível.
“Não negligenciem a Saúde Mental dos adolescentes. Não hesitem em buscar intervenção Psicológica e Psiquiátrica quando necessária. Cuidem da Saúde Mental”, completou Rodrigo Nery.
*Centro de Valorização da Vida*
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda no CVV e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.
O CVV (https://www.cvv.org.br/) funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
*Via Assessoria