A baixa intenção de comemoração é puxada pelo retorno das medidas de restrições e a desaceleração do setor de comércio e serviços no primeiro trimestre
Refletindo os desafios atuais, a pesquisa inédita realizada pelo Instituto Fecomércio-PE, com a parceria do Sebrae-PE, aponta que apenas 46,9% dos pernambucanos pretendem comemorar a festividade da Páscoa em 2021. O retorno das medidas de restrições e a desaceleração do setor de comércio e serviços no primeiro trimestre contribuem para a baixa intenção geral de comemoração. No levantamento, foram realizadas 1.132 entrevistas com consumidores através de questionário, enviados por canais digitais.
“A baixa intenção de comemoração já era esperada. Ela é puxada pelo fim do auxílio emergencial, que injetou mais de R$ 16 bilhões de reais na economia pernambucana no ano passado, com a piora no desemprego, a escalada inflacionária, a lentidão do retorno do projeto de proteção de emprego e renda e com o retorno das restrições mais duras para a contenção do número de infecção da atual pandemia”, destaca o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos.
Ainda segundo o economista, o cenário atual deve ser crucial para que o desempenho do comércio seja negativo ou muito modesto nos três primeiros meses do ano, além de desincentivar o consumo em datas importantes para o calendário de consumo das famílias pernambucanas comemoradas dentro deste período, com a Páscoa.
INTENÇÃO DE COMEMORAÇÃO – O levantamento aponta que menos da metade dos pernambucanos pretendem comemorar a Páscoa em 2021. No recorte por sexo, as mulheres apresentam intenção de comemoração superior aos homens, alcançando 49% ante 45% do público masculino.
O percentual é inferior à intenção verificada nas datas anteriores, como Fim de Ano, Black Friday e Dias das Crianças, quando a intenção de comemoração ainda conseguiu ultrapassar os 50%. Por ser a primeira pesquisa de sondagem de opinião para a data, não é possível o comparativo com os percentuais dos mesmos períodos dos anos anteriores.
Em oposição ao observado nas pesquisas anteriores, o resultado do recorte por grupos de idade apresentou que a maioria da população acima de 60 anos ou mais, optou pela comemoração. “Essa divergência pode estar atrelada a configuração atual da pandemia, já que parte dos mais idosos já receberam a vacinação e estão mais seguros. Além disso, a Páscoa é uma festa mais tradicional e religiosa, puxando um apelo maior para as faixas de idades mais avançadas”, afirma Ramos.
A maioria da intenção também foi observada no recorte das famílias com rendimento superior a 10 salários-mínimos, aproximadamente, 67% informaram que vão comemorar a data. Em contrapartida, 46 % das famílias com renda entre 1 e 2 salários-mínimos pretendem comemorar a Páscoa.
TRADIÇÃO DE PÁSCOA – Tradicional e mais apontada, a comemoração em casa é a intenção de 74% dos entrevistados que não vão deixar a Páscoa passar em branco nesse ano. Em seguida, os presentes para amigos e parentes e as compras pessoais foram apontados como forma de comemoração por 12,9% e 9,8%, respectivamente. Por fim, 3,4% dos pernambucanos escolheram as viagens e as idas a restaurantes e bares como comemoração.
O tipo de produto mais apontado para consumo na Páscoa foi o ovo de Páscoa artesanal/caseiro (21,8%), seguido da caixa de chocolate (21,3%), da barra de chocolate industrializada (18,3%) e dos ovos de Páscoa industrializados. O tradicional consumo de vinho e das outras bebidas alcóolicas durante a festividade alcançou 7,9%. O valor médio de gasto será de R$ 50,00 até R$ 100,00.
“O primeiro colocado reflete o consumo mais ligados a microempreendedores locais, onde a produção artesanal somada ao atual momento de isolamento social, incentiva o consumo de produtos e serviços mais do entorno”, explica o economista da Fecomércio-PE.
LOCKDOWN E MENOS DINHEIRO NO BOLSO – Para os entrevistados que não pretendem comemorar a Páscoa em 2021, o motivo mais apontado voltou a ser a adesão ao isolamento social, com 28,8% das respostas. “Esse dado reflete o aumento do comportamento mais conservador das famílias em relação ao nível de exposição e o risco de infecção da Covid-19. As outras duas razões para não comemoração mais apontadas refletem a crise econômica desdobrada do momento de pandemia, com a falta de dinheiro e o elevado preço dos produtos ganhando citação relevante pelas pessoas participantes da pesquisa”, finaliza Ramos.
*Via Assessoria