No Brasil, em que um LGBT morre a cada 23 horas, o mercado editorial volta a crescer dentro de gênero específico
No país em que mais se mata a população LGBT em todo o mundo, é mais que necessário que esse grupo minoritário se expresse e reivindique seus direitos. Afinal, com a falta de apoio dos familiares e amigos, a solidão e o preconceito minam as forças dessa parcela da população. Os dados mostram que a ansiedade e a depressão acometem mais essa fatia populacional: a probabilidade de um jovem LGBT cometer suícidio é 5 vezes maior que a de um cis heterossexual.
“A saúde mental de uma pessoa LGBTQ é posta em prova desde a sua infância, dependendo do lar, da cidade, do contexto em que ela cresce”, afirma Andrew Oliveira, autor queer amapaense, que sofreu de depressão. “Existe muita hostilidade e exclusão com o que não é visto como o modelo padronizado de sexualidade ou identidade de gênero”, completa.
No mês do setembro amarelo, no qual se afirma a causa contra suicídio e saúde mental, cabe o questionamento: o que estamos fazendo para reverter a situação? Será que estamos dando voz suficiente para as minorias?
O mercado editorial é uma prova de que é possível dar a volta por cima: após uma tentativa de censura por Marcelo Crivella durante a Bienal do Livro de 2019, as pessoas se mobilizaram em prol da causa e da liberdade de expressão, resultando na venda de 4 milhões de obras durante o evento.
Diversos autores nacionais escrevem sobre a temática LGBT, abordando diversos gêneros literários. Sejam romances clichês, poemas ou contos, essas obras têm se popularizado cada vez mais.
Existem muitos livros que abordam a problemática da depressão e sua relação com o público queer. Em Vazio da Forma, obra escrita por Andrew e publicada pela editora Skull, somos envolvidos por uma narrativa dramática com traços de realismo mágico, na qual é levantada a questão da representatividade e sabemos mais sobre a relação do autor com a doença.
Vazio da Forma pode ser encontrado em livrarias on-line e na loja da editora Skull.
Sobre o livro
Na história acompanhamos Frey, um pintor homossexual atormentado por uma entidade chamada A Sombra, e que precisa encarar o desaparecimento de sua filha Lírio, lhe catapultando numa imersão de memórias enquanto tenta manter as rédeas do seu casamento com Jacinto, seu marido, e iniciando além da busca pela filha perdida, uma maneira de recuperar a sua fé nas Três Irmãs, as deusas matriarcais de sua terra natal.
Sobre o autor
Andrew Oliveira é escritor, tem 26 anos, e é natural de Macapá (AP), onde morou até concluir o ensino médio. Fez faculdade de Cinema e Audiovisual em Belo Horizonte (MG), no Centro Universitário UNA. Em 2016, se mudou para São Paulo, para trabalhar com fotografia e com seus outros projetos pessoais. É autor dos livros Santuário e Vazio da Forma.
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*Via Assessoria