Gyuri (Brasil, 2019, 87’) será exibido em O Estado das Coisas, mostra informativa de documentários brasileiros e internacionais do Festival É tudo verdade, um dos mais importantes da América Latina. O filme estará disponível para exibição online, pela plataforma do festival, entre os dias 23 de setembro a 5 de outubro. Nesta quarta-feira, 23, a realizadora pernambucana participou da live Ballot, Andujar e a fotodocumental brasileira, dentro da programação da 17ª Conferência internacional do Documentário, exibida gratuitamente pelo Itaú Cultural, co-realizador do evento. Com a mediação de Rubens Fernandes Junior, Mariana estará ao lado da socióloga e também cineasta Veronique Ballot para conversarem sobre a obra e a trajetória dos fotógrafos Claudia Andujar e Henri Ballot, e a tradição da fotografia documental brasileira.
Em fevereiro deste ano, Mariana Lacerda apresentou uma montagem reduzida do filme, chamada Gyuri Extraits, na Fondation Cartier Pour L’art Contemporain, na exposição Claudia Andujar – La Lutte Yanomami. A montagem, em formato de videoinstalação, acompanha a exposição Claudia Andujar – La Lutte Yanomami. Em outubro, a exposição estará em Milão, também na Fondation Cartier.
Sinopse do filme
Gyuri traça uma linha geopolítica improvável entre uma pequena cidade húngara de Nagyvarad e a Terra Indígena Yanomami, na Amazônia Brasileira. Isso se dá através da história de vida de Claudia Andujar. Judia, sobrevivente da segunda guerra mundial, Claudia perdeu toda sua família paterna em campo de concentração nazista. Exilada no Brasil, dedicou sua vida à salvaguarda dos povos Yanomami. Fez isso ao produzir um valioso acervo iconográfico sobre a etnia, o que faz dela uma importante artista contemporânea. Seu trabalho se deu ao lado de uma militância incansável pela demarcação da Terra Indígena Yanomami, reconhecida pelo governo brasileiro em 1992. Essa história é narrada em diálogos de Andujar com o xamã Davi Kopenawa, o ativista Carlo Zacquini, e tem a interlocução do filósofo Peter Pál Pelbart que, também húngaro, ilumina o passado de guerra do qual Claudia Andujar é testemunha para trazer ao presente a vulnerabilidade dos povos indígenas brasileiros.
Mariana Lacerda é documentarista e Gyuri é o seu primeiro longa metragem. Formada em jornalismo, é mestre em História da Ciência pela PUC-SP. Escreveu e dirigiu os filmes de curta duração Menino-aranha (2008/2009), A Vida Noturna das Igrejas de Olinda (2012), Pausas Silenciosas (2013), Baleia Magic Park (2015) e Deserto (2016, apara Aparelhamento, Ocupação Funarte/SP), vencedores de alguns prêmios interessantes e exibidos em festivais do Brasil, França, México, Lituânia e Portugal. Roteirista e diretora de quatro episódios das séries documentais para TV Expresso (Cine Brasil TV), e de um episódio de República da Poesia (ao lado de Claudia Priscilla, Canal Curta, episódio Pagu, Musa Medusa), ambas com direção geral de Hilton Lacerda. Autora do livro Olinda (Bebinho Salgado 45/Cinemascópio 2015). Argumento, roteiro e direção da série documental para TV intitulada Histórias de Fantasmas Verdadeiros para Crianças, desenvolvida no Núcleo Criativo Cinemascópio, Recife (2016) e em fase de edição. Dirigiu, ao lado de Claudia Priscilla, o filme Nosso amor vai embora, curta metragem de documentário feito para o amigo Hilton Lacerda e exibido no Festival Internacional de Curtas Metragens (São Paulo, 2020). Prêmio “melhor argumento” com o roteiro Gyuri, do primeiro RecLab, Recife, em 2016, projeto também selecionado pelo programa Rumos Itaú Cultural 2015/2016 e Funcultura 2016/2017, com exbição da Fondation Cartier, em Paris e em Milão. Integrante da exposição O que não é floresta é prisão política (2019-2020), com a obra Hayu e, ao lado de Joana Amador, apresentou a obras A Terra Prometida (2019, hoje pertencente ao acervo Triangular, da Casa Niemeyer/UNB), e a série Lute Como (2019, contínua), mídia tática da exposição e que se desdobrou nas seguintes séries: Floresta, Carnaval, e na sequência a série Pandemia, e ainda a série Defender a Alegria, Organizar a Raiva(para exposição no CDF/Montevideo) e ainda a série Organizar a Raiva (para exposição na Galeria Jacqueline Martins, novembro de 2020).
*Via Assessoria