Os novos hábitos adotados e também a descrença na pandemia por parte de alguns gerou termos linguísticos relacionados ao covid-19 em vários países
A linguagem é como um organismo vivo: está em constante evolução, sempre se adaptando aos contextos socioculturais. Diante da pandemia atual, não é de se estranhar, portanto, que as línguas de todo o mundo estejam criando novas palavras e expressões que consigam dar conta dessa nova realidade. As redes sociais e os meios de comunicação são uma fonte inexorável de neologismos e expressões inéditas.
Para entender o funcionamento desse processo, linguistas de 4 países do aplicativo de idiomas Babbel selecionaram o vocabulário que tomou conta das notícias e todas as redes sociais em vários idiomas.
Covidiota (português)/Covidiot (inglês/ alemão)
Esse neologismo é utilizado para se referir às pessoas que ignoram o isolamento recomendado ou que esvaziam as prateleiras dos supermercados sem se preocupar com os demais.
Quarentena não é férias (português)
Essa é uma das frases mais publicadas nas redes sociais dos brasileiros. A ideia é reforçar o convite a ficar em casa, já que muitas pessoas acham que o fechamento das escolas e dos escritórios seja uma oportunidade para viajar ou fazer festas com amigos.
Gripezinha (português) e chinese virus (inglês)
Muitas vezes, palavras e expressões usadas por políticos para se referir à pandemia evidenciam o quanto eles podem subestimar a situação pela qual o mundo está passando. O presidente do Brasil, por exemplo, disse que a Covid-19 não passava de uma “gripezinha”. Já nos Estados Unidos, Donald Trump chamava o coronavírus de chinese virus (vírus chinês) – o que dava a entender que o presidente norte-americano estava convencido de que a pandemia não chegaria ao seu país. Hoje, o E.U.A é o epicentro da pandemia.
Covidengue (español)
Na Argentina, a preocupação não se restringe apenas à pandemia da covid-19. Por lá, a dengue, transmitida pela picada do Aedes aegypti, também tem feito um grande número de vítimas. Portanto, na América Latina, o risco no momento é duplo.
Coronials (inglês)
Depois dos millennials e da geração Z, chegou a vez dos coronials. O termo, bastante popular nas redes sociais, se refere à geração que nascerá dentro de alguns meses, como consequência da quarentena passada com o parceiro. Muitos já especulam que o isolamento de casais poderão levar a um aumento da taxa de natalidade.
Dracula cough/ dracula sneeze (inglês)
Nos Estados Unidos, os meios de comunicação têm recomendado tossir (cough, em inglês) ou espirrar (sneeze, em inglês) ao estilo Drácula, isto é, cobrindo a boca e o nariz com a parte interna do cotovelo. O gesto lembra o famoso vampiro e sua capa.
Hamsterkauf (alemão)
Nos últimos meses, supermercados de todo o mundo têm se esvaziado com frequência. Por acreditar que estocar mantimentos é a melhor forma de lidar com a pandemia, muita gente tem corrido para comprar produtos imperecíveis, como macarrão, arroz e congelados, além de papel higiênico – muitos pacotes de papel higiênico. Na Alemanha, a palavra Hamsterkauf (compra de hamster, em tradução literal) tem dado conta do fenômeno. Trata-se de uma metáfora que faz alusão ao comportamento de roedores que têm o hábito de guardar comida para todo o inverno. Não à toa eles estão quase sempre com as bochechas cheias. É assim que eles transportam a comida para suas tocas.
On-nomi (japonês)
O fechamento de bares, restaurantes e clubs certamente não acabaram com a vontade de socializar. Muito pelo contrário: parece até que a vontade de conversar com amigos e familiares aumentou ainda mais. A solução? Pessoas do mundo inteiro têm recorrido a video chamadas para ter companhia na hora de tomar um drink, jantar ou simplesmente jogar conversa fora. No Japão, essa nova forma de socialização deu origem à palavra on-nomi, que, em tradução literal, quer dizer “beber online”.
*Via Assessoria