Frevo faz aniversário de 110 anos nesta quinta (9) e enche de festa a cidade

 


Programações acontecem nos bairros do Recife e São José berço do ritmo pernambuco

O mais pernambucano dos ritmos completa aniversário nesta quinta (9). É ele quem faz a alegria de Blocos Líricos, Troças Carnavalescas e Clubes de Bonecos, animando foliões de dia ou de noite, nos mais variados gêneros. Em 2017, sua majestade, o Frevo, completa 110 anos e o dia será repleto de ações para quem quer antecipar o Carnaval. Também neste dia, o Paço do Frevo, equipamento cultural da Prefeitura do Recife, comemora seus três anos de atividades com mais um reconhecimento do Iphan e muita festa. Confira a agenda de homenagens e celebrações para esta quinta (tabela da agenda abaixo do texto):

AGENDA

No Paço do Frevo – Para celebrar o aniversário do Paço, no dia 9/2 haverá programação intensa no espaço no Dia do Frevo, com a participação do Ministro da Cultura, Roberto Freire, o Prefeito do Recife, Geraldo Júlio, o Diretor-Presidente do IDG, Ricardo Piquet, e um Representante do Comitê Gestor de Salvaguarda do Frevo além de Vilma Guimarães da Fundação Roberto Marinho. A programação começa às 9h com um café da manhã com orquestra de frevo e acolhimento com música e poesia. Ainda pela manhã, haverá apresentação artística de alunos de Prática de Orquestra de Frevo de Bloco e Canto-Coral, também se apresenta no local a Orquestra Acadêmica do Paço do Frevo junto com a Mostra da Escola de Dança. O Paço receberá uma homenagem do Iphan ao Paço do Frevo (Certificado Centro de Referência) e lançamento do Dossiê de Candidatura, com a presença da Presidenta do Iphan; Kátia Bogea e da Secretária de Cultura do Recife, Leda Alves.
À tarde, às 14h, o museu recebe a palestra “Frevo, Capoeira e Passo” com o teatrólogo e escritor Reinaldo de Oliveira, realizada pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural. Às 15h30, haverá um duplo lançamento de livros dedicados a biografias marcantes na história da música pernambucana: Claudionor Germano – A Voz do Frevo, de José Teles e a biografia do maestro Ademir Araújo, Maestro Formiga – Frevo na Tempestade, de Carlos Eduardo Amaral, ambos publicados pela Companhia Editora de Pernambuco – CEPE.

As comemorações, no Paço do Frevo, se encerram às 17h com o Encontros de Estandartes, Flabelos e Bonecos, num evento festivo dedicado às agremiações de frevo, como clubes, troças e blocos em frente à fachada do Paço.

Concurso elege o Rei e Rainha do Carnaval da Pessoa Idosa 2017 – Disposição, animação e frevo no pé estão entre os principais requisitos para eleger o Rei e a Rainha do Carnaval da Pessoa Idosa. A 8ª edição do concurso, promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos, acontece sob o som de uma orquestra ao vivo no Shopping Paço Alfândega, Bairro do Recife, a partir das 14h. Os eleitos a majestade dos festejos de Momo vão desfilar e receber os convidados no 16º Baile de Carnaval da Pessoa Idosa, no dia 21 de fevereiro, no Chevrolet Hall. A entrada é gratuita.

Escola Municipal do Frevo promove aula de dança e leva passistas às ruas – Mas a festa não para por aí:  a partir das 17h, grupos de passistas da Escola Municipal do Frevo Maestro Fernando Borges farão um verdadeiro desfile de dança pelas ruas do Bairro de São José. A concentração será na Praça do Carmo, às 17h. De lá os dançarinos e a orquestra de frevo partem para o Pátio de São Pedro onde acontecerá um aulão. Desta festa também participam o Rei Momo e a Rainha do Carnaval 2017, Eduardo de Gomes e Bruna Barbosa, ambos ex-alunos da Escola de Frevo.


Acerto de Marcha no Pátio de São Pedro –
Na sequência, acontece mais um Acerto de Marcha trazendo de volta o romantismo dos antigos Carnavais. A partir das 19h, os Blocos de Pau e Corda que farão a alegria do público são: Bloco Lírico Infantil Sonho e Fantasia Bloco Carnavalesco Lírico Com Você no Coração Bloco Folguedos de Surubim Bloco Carnavalesco Damas e Valetes Bloco Lírico Pierrot de São José. Os Acertos de Marcha  têm lotado o espaço sempre às quintas-feiras e a entrada é franca.

Onde Ouvir

Longe da folia momesca, as rádios do Paço do Frevo e Frei Caneca dedicam ampla programação ao gênero, e ambas podem ser ouvidas pela Internet. No caso da Rádio do Paço, o Internauta pode ter acesso pelo endereço http://www.pacodofrevo.org.br.  Na Rádio Frei Caneca, inaugurada em 30 de junho, a programação diária dedica 15min de cada hora ao gênero. Em fevereiro, já são 30 minutos a cada hora dedicados ao mais pernambucano dos ritmos. No dia 9, a partir de meia noite, a Frei Caneca terá 24h ininterruptas de frevo. A emissora, que funciona no Dial 101.5 FM, também pode ser desfrutada pelo http://www.freicanecafm.org/

Onde aprender – Fundada em 1996, a Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges já  formou mais de 10 mil alunos em aulas diárias e gratuitas divididas nos níveis iniciante, intermediário e avançado (curso completo realizado em três anos). A escola funciona de segunda a sexta de 8h às 22h e oferece 27 turmas com capacidade para atender 640 alunos. Entre os dias 15 e 17 de fevereiro, a escola abre vagas para novos alunos. Informações através do (81) 3355.3102. O Paço do Frevo, também oferece cursos para quem quer se aprimorar no ritmo tanto na música quanto na dança. Informações no site http://www.pacodofrevo.org.br/


Atividade

Local

Horário

Café da manhã com orquestra de frevo e acolhimento com música e poesia

Paço do Frevo

9h

Apresentação artística de alunos de Prática de Orquestra de Frevo de Bloco e Canto-Coral, apresentação da Orquestra Acadêmica do Paço do Frevo e Mostra da Escola de Dança

Paço do Frevo

Manhã

Concurso do Rei e Rainha do Carnaval da Pessoa Idosa

Paço Alfândega

14h

Palestra “Frevo, Capoeira e Passo” com o teatrólogo e escritor Reinaldo de Oliveira

Paço Do Frevo

14h

Lançamento das biografias “Claudionor Germano – A Voz do Frevo”, de José Teles e “Maestro Formiga – Frevo na Tempestade”, de Carlos Eduardo Amaral

Paço do Frevo

15h30

Encontros de Estandartes, Flabelos e Bonecos

Paço do Frevo

17h

Desfile de dança com Rei Momo e Rainha do Carnaval e passistas da Escola de Frevo, com orquestra e aulão gratuito

Praça do Carmo/ Pátio de São Pedro

17h

Acerto de Marcha dos blocos de Pau e Corda

Pátio de São Pedro

19h

MAIS SOBRE O FREVO

Origem – O primeiro registro da palavra “Frevo” aconteceu no Jornal Pequeno, em 9 de fevereiro de 1907, quando foi publicado o repertório do Clube Carnavalesco Empalhadores do Feitosa onde aparece, entre as peças a serem apresentadas pela orquestra, a marcha ‘O frevo’. A palavra, no entanto, certamente já era empregada pelo povo antes disso como corruptela do verbo ferver, pronunciada de maneira popular como ‘frever’. Em 2007, ao completar 100 anos,  ele foi alçado a Patrimônio Imaterial pelo IPHAN

Quem é quem no frevo
Clubes de frevo – os primeiros clubes de frevo do Recife remontam ao final do Século XIX fundados por classes de trabalhadores urbanos, geralmente da mesma profissão: daí os nomes como Vassourinhas, Clube das Pás de Carvão, etc. Utilizam estandartes, alegorias de mão e a formação inclui orquestra de metais, passistas, Diretoria, Balizas-puxantes, damas de frente, destaques,
cordões e porta-estandarte. Em 2017, 21 deles irão desfilar no Carnaval do Recife.
Troças Carnavalescas – assemelham-se aos clubes, mas em menor tamanho e saem pela manhã ou tarde nas ruas do centro ou subúrbio. O improviso e a descontração dão a tônica destas agremiações, pois o nome vem do verbo ‘troçar’, ridicularizar. Nas ruas, as troças obedecem à sequência: Diretoria, balizas ladeadas por cordões, figuras de frente, passistas, fantasias de destaque,
porta estandarte e orquestra de metais. No Carnaval de 2017, há 32 oficialmente registradas que irão concorrer. Entre elas, o Abanadores do Arruda, de 1934. Além destas, um grande número de troças não filiadas à Federação Carnavalesca de Pernambuco também
invade ruas e avenidas com sua alegria e galhofa como a Troça Carnavalesca Independente Nóis Sofre Mais Nóis Goza, fundada no Recife, em 1976

Clubes de Bonecos – Surgidos na Europa, os Bonecos Gigantes destacam-se sobretudo em Olinda e o primeiro deles  abre oficialmente o Carnaval, O Cariri, que saiu às ruas pela primeira vez em 1932. No Recife, os Clubes de Bonecos foram alçados como categoria específica a partir da década de 1970. Saem às ruas acompanhados por orquestra de metais ao som de frevo de rua e, ao contrário das outras agremiações, não trazem estandarte, sendo representadas pela principal alegoria, que é o boneco em si. Há bonecos com até 3,5 m de altura que pesam, em média, 35 quilos. Os que participam do Concurso de Agremiações trazem elementos  como diretoria, passistas, destaques, cordões, alas e desfilantes. Em 2017, 22 Clubes de Bonecos participam dos desfiles e disputam o concurso de melhor agremiação.
Blocos Líricos – Originados dos bairros centrais do Recife nos anos 1920, também são chamados de Blocos de Pau e Corda e que possuem semelhanças com os grupos de Pastoril. à frente, trazem um coral feminino acompanhado por uma orquestra de pau e corda com instrumentos como violões, banjos e cavaquinhos. As agremiações surgiram para permitir que as filhas e senhoras da sociedade e pequena burguesia pudessem ir às ruas sob a vigilância de seus familiares. No desfile, obedecem à estrutura de: Flabelo, diretoria, damas de frente, coral de vozes feminina e orquestra. No Carnaval 2017, 17 deles concorrem às premiações. Entre eles, nomes consolidados como o Bloco Carnavalesco Misto Flor da Lira, fundado em 1920.

Os tipos de frevo e suas sub-categorias

Frevo-de-Rua

Executado nas vias públicas, possui coro de vozes e é destinado apenas às evoluções de danças nas ruas. Teria surgido na década de 1930 e se tornou mais conhecido como “Frevo de Rua”, revelando nuances e subdivisões. São elas: frevo-abafo (Executado com a finalidade de ‘abafar’ o som da orquestra de outra agremiação. Aqui são usadas notas longas tocadas pelos metais); o frevo-coqueiro (de andamento mais rápido e que atinge notas mais altas, daí o ‘coqueiro’); o frevo-ventania (o mais suave dos três, no qual as palhetas, geralmente saxofones) tem mais destaque na execução da música e o Frevo de salão”, misto dos outros tipos e mais apropriados para ambientes internos.

Frevo-canção

O Frevo-de-rua – que se assemelha às marchinhas cariocas – passou a ganhar melodias, com parte instrumental e outra cantada.

Frevo-de-bloco

Entoado pelos blocos líricos, suas letras falam de amor e nostalgia. Aqui os coros são formados apenas por mulheres, acompanhadas por bandas de pau e corda, composta por instrumentos de corda (violões, cavaquinhos, violinos, banjos, bandolins) e alguns instrumentos de sopro (flautas, clarinetes, saxofones, bombardinos).


*Via assessoria