O Contador

 

O Frio Contador

O ritmo pacato do filme O Contador beira o monotonismo, mas nem tudo está perdido. Os constantes flashbacks são interessantes e costuram o filme, mesmo que andando “na operação tartaruga”, lento, lento, lento.

O protagonista Christian Wolff, vivido pelo eterno injustiçado pela Academia de Hollywood, Ben Affleck, sofre da Síndrome de Savant, que faz o dito cujo ter maior afinidade por números, do que por pessoas. Sua complicada fase adulta é um espelho da sua infância marcada pela doença, pelo abandono da mãe, e pela criação estupidamente agressiva do pai, ou seja, o cara é um problema, o que justifica sua personalidade fria. Ele tem uma empresa de contabilidade, que é fachada para a lavagem de dinheiro que o jovem contador pratica, e em paralelo, mata algumas pessoas sob encomenda, tendo ainda o Ministério da Fazenda em sua cola. Coisas que estamos vivenciando atualmente na República Federativa do Brasil, apesar que “o matar sob encomenda”, é feito de uma maneira política e partidária.


A interpretação de Ben Affleck é convincente em seu nível, e a simpática Anna Kendrick, Saga Crepúsculo e A Escolha Perfeita, ajuda-o no ping pong em busca de um ritmo mais ativo. Falando um pouco mais de Ben, ele pega filmes que não exigem muito da sua capacidade interpretativa, e quando consegue, no caso em Argo, de 2012, no qual foi ator e diretor, a Academia quase o ignora completamente, mas a película em questão recebeu o Oscar de melhor filme, o que de certa forma o agraciou. E o anúncio da premiação, para os que não sofrem de perda de memória recente, foi pronunciado pela primeira dama americana, a simpática e fina Michelle Obama. Quem teria este privilégio maravilhoso?

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O Diretor de O Contador é Gavin O’Connor, A Casa de Vidro, e ainda tem no elenco o “oscarizado” de melhor ator coadjuvante por Whiplash de 2014, J.K. Simmons.

Nota: 7,00

Por Rodrigo Magalhães