Anestesia no Parto: mitos e verdades




Por mais que seja a ocorrência mais natural desde o início dos tempos, o nascimento de uma criança ainda envolve uma grande dose de dúvidas, mitos e lendas. Nada melhor, então, do que esclarecer uma das principais dúvidas de mães e pais: a anestesia. Quais os tipos aplicados durante o parto, cuidados necessários e principais reações?

Segundo o anestesiologista Ruy Lins, da Cooperativa dos Anestesiologistas de Pernambuco (COOPANEST-PE), as técnicas mais indicadas para o parto são de anestesia regional, ou seja, raquianestesia, anestesia peridural, ou anestesia raqui-peridural combinadas. O importante é que a técnica seja escolhida de acordo com o tipo de parto e condições da gestante. “Isto deve ser determinado a partir da avaliação pré-anestésica, a ser realizada o mais precocemente possível, de preferência no consultório, antes de a gestante entrar em trabalho de parto”, esclarece.  Outras variantes que influenciam na escolha da técnica são a urgência do caso, a possibilidade de mudança do procedimento a ser realizado, as condições do hospital, as rotinas do serviço e/ou da equipe obstétrica, a experiência do anestesiologista e a preferência da paciente.

E para quem associa, forçosamente, o parto normal a sofrimento, uma boa notícia. A anestesia nestes casos pode e deve ser aplicada sempre que a paciente solicitar. “Além de proporcionar conforto à gestante, este procedimento diminui as alterações fisiológicas decorrentes da dor do parto. É importante deixar claro, entretanto, que ele só pode ser realizado por anestesiologista com experiência neste tipo de procedimento, e que seja habituado com a rotina da equipe obstétrica”, afirma. O pós-operatório, mesmo de cesariana, é em geral muito confortável, e a paciente pode o mais precocemente possível cuidar do seu bebê. Em geral volta a alimentar-se 4 a 6 horas após a cesariana, e caminhar após 6 a 8 horas”, explica.

Informando e desmistificando

1 – Anestesiologista  – guardião das funções vitais

O anestesiologista é o clínico durante um procedimento cirúrgico. Enquanto o cirurgião ou obstetra preocupa-se com o procedimento que está realizando, o anestesiologista preocupa-se, além de reduzir a dor e proporcionar as condições necessárias ao procedimento, com a monitorização e manutenção de todas as funções orgânicas do paciente, devendo diagnosticar e tratar qualquer intercorrência que ocorra, decorrente das condições do paciente ou do procedimento cirúrgico.

2 – Levantar ou não a cabeça após a cirurgia

Existe uma complicação que pode ocorrer após anestesia regional (raquianestesia ou peridural), chamada cefaléia pós-punção dural, ou cefaléia pós-raquianestesia. Antigamente pensava-se que o repouso no leito por 24  horas prevenia esta ocorrência. Hoje sabe-se que o repouso não previne a cefaléia, apenas melhora quando já está instalada. O que previne é, principalmente, a utilização de agulhas descartáveis de calibre o mais fino possível. Com elas, a incidência de cefaléia pós-punção dural é muito baixa. Quando ocorre é de menor intensidade e de tratamento bem mais fácil.

8 – Anestesia e queda de cabelos

A queda de cabelos após o parto é devida às alterações hormonais que ocorrem neste período, e não tem nenhuma relação com a anestesia, qualquer que seja a técnica utilizada.

*Via assessoria