O poeta cuiabano Manoel de Barros morreu nesta quinta-feira (13), aos 97 anos.
O escritor teve falência múltipla dos órgãos, informou o hospital Proncor, em Cuiabá (MT), onde estava internado desde o dia 24 de outubro, para uma cirurgia de desobstrução do intestino. Manoel de Barros completaria 98 anos no dia 19 de dezembro. O último poema escrito por ele foi A Turma, em 2013, lançado pouco antes de o escritor completar 97 anos.
Em agosto de 2013, o escritor sofreu um baque com a morte de seu segundo filho, Pedro, que sofreu um AVC. Cinco anos antes, Manoel já tinha perdido o filho João, que morreu em um acidente de avião. Desde então, Manoel de Barros viveu recluso com a mulher, Stella, com quem era casado desde 1947.
Poesia
Nascido em Cuiabá em 1916, Manoel de Barros é filho de capataz e teve uma infância simples.
Considerado um dos poetas contemporâneos mais importantes do Brasil, o escritor é ligado à Geração de 45, mas é impossível não associá-lo com o Modernismo brasileiro, principalmente por questionar a estrutura da literatura brasileira e também pela clara influência de Macunaíma, de Mário de Andrade, em seu primeiro livro, Poemas Concebidos Sem Pecado (1937).
Seu trabalho mais conhecido é Livro Sobre Nada, publicado em 1996.
Confira os dez melhores poemas de Manoel de Barros
Comparado a Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas, Manoel de Barros criou sua própria linguagem, impregando suas obras com neologismos e sinestesias, fugindo da norma padrão da língua portuguesa.
“A poesia de Manoel de Barros é de uma enorme racionalidade. Suas visões, oníricas num primeiro instante, logo se revelam muito reais, sem fugir a um substrato ético muito profundo”, escreveu Antonio Houaiss, importanto crítico e filólog brasileiro. “Tenho por sua obra a mais alta admiração e muito amor”.
Fonte: R7