Com menos de uma década que a culinária peruana foi difundida no Brasil, ainda é comum que os consumidores e curiosos ainda confundam os dois pratos principais da comida andina: o ceviche e o tiradito. Pensando nisso, o chef Biba Fernandes, especializado no seguimento da gastronomia andina, explica a diferença entre os dois.
O ceviche é considerado Patrimônio Histórico e Cultural do Peru. A origem remete ao povo mochica, que vivia ao norte do Peru e preparava o peixe fresco com suco de uma fruta parecida com o maracujá, o tumbo. O povo inca também fazia uma preparação similar, mas, em vez de usar o suco do tumbo, utilizava a chicha¹. Mas o ceviche só ficou completo com a chegada dos limões e cebolas, levados pelos espanhóis no século XVI. Quanto à origem da palavra, é possível que esse termo tenha origem na língua peruana quéchua, a partir da palavra Siwichi (traduzida como peixe fresco).
Já o tiradito é o irmão mais novo do ceviche que só se tornou conhecido nos últimos 20 anos. Suas origens podem ser encontradas na abordagem de imigrantes japoneses para comer peixe cru, embora alguns sugiram que ela está mais perto de carpaccio italiano, popularizado no início do século 1920 por imigrantes genoveses.
“As duas principais diferenças entre eles são o corte e as cebolas. Enquanto ceviche é cortado em cubos de tamanho da mordida e compreende uma quantidade generosa de cebola, tiradito é cortado em pedaços finos, longos e carrega sem cebola”, esclarece Biba. No Chiwake, restaurante do chef, é possível encontrar diferentes composições para ambos os pratos.
*Com informações da assessoria