Um Pernambucano Danado de Bom


Luiz Gonzaga sempre foi fiel as suas origens. Seu forte sotaque característico do agreste pernambucano e suas vestes sempre lembravam aos cangaceiros ou vaqueiros nordestino

 

 


Luiz Gonzaga sempre foi fiel as suas origens. Seu forte sotaque característico do agreste pernambucano e suas vestes sempre lembravam aos cangaceiros ou vaqueiros nordestino

 

 



Se existe um ritmo que retrata os costumes do povo nordestino esse sem dúvida é o forró. Tanto que em vários filmes que retratam o cotidiano do sertanejo nordestino, sempre escutamos o som da sanfona, zabumba e triângulo.  E se existe um cantor que mesmo a após a sua morte, e que representa esse estilo musical é o pernambucano Luiz Gonzaga.

Luiz Gonzaga desde criança sempre mostrou interesse pela sanfona de oito baixos do pai, a quem ajudava tocando zabumba e cantando em festas religiosas das cidades vizinhas a Exu – sua cidade natal. No ano de 1930, saiu de casa para servir o exército, porém já era conhecido como sanfoneiro. Viajou por todo o Brasil como corneteiro e, de vez em quando se apresentava em festas, tocando seu instrumento preferido a sanfona.

Nove anos se passaram e Luiz Gonzaga foi se aventurar na Cidade Maravilhosa, onde começou a tocar nos bares do Bairro da Lapa e participar de diversos programas de calouros da época. Logo em seguida foi convidado para tocar sua primeira música solo “Vira e Mexe”, transformando a em “chamego”  um dos seus grandes sucessos.

Mesmo seguindo carreira pelo sul do país, Luiz Gonzaga sempre foi fiel as suas origens. Seu forte sotaque característico do agreste pernambucano e suas vestes sempre lembravam aos cangaceiros ou vaqueiros nordestino. Seu maior sucesso foi gravado no ano de 1947, intitulado como “Asa Branca”, onde retrata a seca no Nordeste brasileira, a ponto de fazer migrar até mesmo a asa-branca (ave típica da região nordestina). Posteriormente essa canção foi gravada por diversos artistas consagrados da Música Popular Brasileira tais como: Elis Regina, Fagner, Tom Zé, Maria Bethânia, Lulu Santos entre outros.

Na década de 50, a música nordestina viveu sua fase áurea e Luiz Gonzaga virou o Rei do Baião com os sucessos “Cintura Fina” e a “Volta da Asa Branca”. O Lua – apelido que recebeu carinhosamente dado pelo ator Paulo Gracindo – levouo ritmo nordestino para os meios de comunicação de massa da época. Dessa forma interferindo na trajetória da musica brasileira, e apresentando a identidade nordestina ao cenário musical, com o ritmo e letras que representava e expressavam o cotidiano do sertanejo.Porém, o primeiro disco de ouro só veio em 1984 com “Danado de Bom”. Nessa época se apresentou duas vezes na Europa e começaram a surgir os livros sobre o homem simples, por vezes, até ingênuo, que gravou cerca de 56 discos e compôs mais de 500 canções.

Com uma história de superação e conquista, Gonzaga morreu no ano de 1989, aos setenta e sete anos, na cidade de Recife, vítima de uma parada cárdio-respiratória. E como o mesmo cantava em seu maior sucesso “Asa Branca”, voltou para o sertão onde foi velado e sepultado em seu município onde nasceu.


Memorial Luiz Gonzaga – Luiz Gonzaga é um dos grandes ícones da nossa cultura. E com o objetivo de preservar e divulgar o maior legado de Luiz Gonzaga, sua obra musical e tudo que envolve o patrimônio imaterial do artista. A Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) fundou no dia 02 de agosto de 2008 – data do falecimento do cantor – o Memorial Luiz Gonzaga (MLG), localizado no Pátio de São Pedro, no bairro de São José.

No espaço o visitante pode encontrar um acervo muito grande sua a vida e a obra do rei do Baião, que contribui para divulgação da cultura nordestina nas décadas de 40 e 50, no cenário musical cultural brasileiro.

Para o assistente em administração, Amauri do Nascimento, 25 anos, o espaço contribui para que os jovens que só escutam as músicas de Luiz Gonzaga comecem a conhecer esse ícone de nossa cultura. “O memorial serve para universalização musical de um ícone que representa o nordestino sertanejo e que sempre agregou valores a nossa cultura”, afirma o Amauri do Nascimento.
Já o estudante goiano, Diogo Maroja, 17 anos, após visitar o MLG, relata que é muito importante ter um local como esse e a importância que o cantor Luiz Gonzaga tem para a cultura brasileira. “Achei o local muito interessante até porque o cantor representa tudo de mais original da cultura que é o berço da brasileira: a Nordestina”, afirmou o turista em sua primeira visita ao nordeste.

O Memorial Luiz Gonzaga, possui cerca de 78 discos raros, fotos, impressos, álbuns de recortes vídeos e arquivos em formatos em MP3 do Rei do Baião. Além de contar com um conjunto de documentos cedidos para replicação pelo Parque Aza Branca, localizado na cidade natal de Lua. “Achei muito interessante as fotos que tem do Rei do Baião, discos importantes, a música ao fundo que é linda, e também um pouco mais sobre a biografia dele, que as pessoas falam tanto, mas poucos conhecem e ver escrito no papel original uma letra como Asa Branca, da qual você ouve a vida toda, é uma sensação ótima. ” disse entusiasmado jovem goiano, Diogo Maroja.

Dessa forma o MLG, tem cumprindo seu objetivo de imortalizar a obra desse grande artista pernambucano e dando oportunidade a gerações que não tiveram oportunidade de conhecer o legado e obra do mestre Lua. “Desde pequeno cantava, sem entender direito, só depois que fui entender que ela representa todo um drama de migração, dor, seca e desamparo total que a população sertaneja nordestina sofre,” salientou o estudante.

Serviço –

Atendimento ao público: 2ª a 6ª, das 09:00 às 17:00 horas
Pátio de São Pedro, Casa 35
Bairro de São José
Recife – Pernambuco
Fones: (81) 3232.2965 e 3232.2955
mlgonzaga@recife.pe.gov.br

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