A moda como ferramenta de cultura visual

Num mundo que vive em constante mutação, o homem sentiu a necessidade de se adaptar a cada realidade temporal


Egocêntrica, hedonista e pós-modernista são adjetivos que classificam um dos espelhos mais democráticos da sociedade nos anos 80: A Moda. No entanto, vale ressaltar que não foi apenas nesta década que o mundo se deparou com uma das ferramentas de comunicação mais poderosas que existe – visto que estimula novas maneiras de pensar e agir.

Num mundo que vive em constante mutação, o homem sentiu a necessidade de se adaptar a cada realidade temporal


Egocêntrica, hedonista e pós-modernista são adjetivos que classificam um dos espelhos mais democráticos da sociedade nos anos 80: A Moda. No entanto, vale ressaltar que não foi apenas nesta década que o mundo se deparou com uma das ferramentas de comunicação mais poderosas que existe – visto que estimula novas maneiras de pensar e agir.

Num mundo que vive em constante mutação, o homem sentiu a necessidade de se adaptar a cada realidade temporal. A partir deste anseio foi que surgiram diferentes formas do vestuário, que transmitiam questões religiosas, sociais políticas, econômicas e ideológicas de um determinado local ou tempo.

Como exemplo, posso destacar o início da indústria têxtil, no período neolítico (10.000 a 5.000 a.c.), quando nossos ancestrais cobriam seus corpos com peles de animais para se proteger das variações climáticas. Outro ponto interessante é que eles também utilizavam adornos como colares com dentes e garras de feras, para identificá-los soberanos perante os outros humanos. Uma questão de diferenciação social.

Já nos anos 30, a sociedade ficou marcada pela crise econômica de 1929, com a quebra de Bolsa de Valores de Nova Iorque. Depois deste momento, as pessoas passaram a usar materiais mais baratos, na produção de vestidos para a noite, como o algodão e a casimira. Também surgiu uma nova fibra sintética, conhecida popularmente como náilon. Este “tecido” substituiria a seda, em diversos produtos, como a meia, por exemplo, ajudando a reduzir grande parte dos custos.


No início dos anos 60, com o “baby boom” e a grande chegada do Rock and Roll, a década prometia grandes mudanças no comportamento dos jovens. Isso ficou bem claro quando as moças bem comportadas deixaram de lado as saias rodadas de Dior e passaram a usar as calças cigarretes, além da grande vedete da época: A minissaia da inglesa Mary Quant. Mary Quant abriu caminho para outros e outras jovens estilistas, que geralmente se inspiravam em psicodelias, art nouveau, e até mesmo nas trips que as drogas proporcionavam.

Vindo para um pouco mais perto de nós, logo no começo da dos anos 90 surge em Olinda e Recife um movimento de expressão cultural e regional: O Mangue Beat. Com o conceito de música mangue tendo reconhecimento, o estilo também precisava de uma cara, para que pudesse ser entendido por diversas linguagens – inclusive a visual. Assim, os mangueboys e manguegirls usavam roupas com uma característica pernambucana muito forte, representadas com muito brilho, chitas e peças bastante coloridas. Também são encontrados acessórios modernos, como os óculos Ray Ban e tênis de marcas famosas. Era a tradição se fundindo à modernidade. A Período Fértil, por exemplo, é uma marca que foi e é um dos braços direitos do movimento, daquela e da atual época.

Com a difícil abertura da mídia e do interesse da sociedade, a moda se tornou um meio alternativo de expressão. No entanto, como se viu com alguns exemplos ao longo da evolução humana, a roupa deixa de ser apenas matéria, ou objeto de consumo e desejo, para se tornar não só uma grande ferramenta de comunicação, mas também de cultura visual.

 

 

FOTOS: INTERNET