Reabertura do Cinema São Luiz:

Poltronas Vermelhas

Por Poliny Aguiar
03.03.10

Poltronas Vermelhas

Por Poliny Aguiar
03.03.10

 

A história de um cinema que já projetou muitas outras e que volta para dar continuidade na história recifense


No centro da cidade, as margens do Rio Capibaribe, de esquina com uma das mais movimentas avenidas do Recife, a Conde Da Boa Vista, abrigado no edifício que tem o mesmo nome da Ponte Eduardo Coelho (famosa por portar o símbolo do maior bloco do mundo, o Galo da Madrugada), fica o mais extenso e mais bonito cinema da capital pernambucana. Após 55 anos interruptos de funcionamento, essa beleza está escondida por trás de madeiras de aglomerados que interditam e negam para o cidadão recifense o acesso ao glorioso espaço cultural. O Cinema São Luiz era o mais antigo em atividade, inaugurado em 7 de setembro de 1952, até seu fechamento em janeiro de 2007, pelo Grupo Severiano Ribeiro.

Famoso pela sua estrutura arquitetônica, com pinturas feitas de ouro, revestido de mármore e madeira nobre, luminárias luxuosas, reforçado por grades e esquadrias de bronze e com uma vidraça que invade a Rua da Aurora dando uma bela vista para o rio Capibaribe, o cinema São Luiz comportava 1.340 assentos de acolchoados vermelhos. Na parte externa, o primeiro passo para o hall é escolher onde comprar o ticket entre as duas bilheterias que ficam em cada ponta das esquadrias de vidro. O projeto desse inefável espaço foi dado por Américo Rodrigues Campello, Maurício Coutinho, Oscar Dubeux Pinto, Lula Cardoso Ayres e Pedro Correia de Araújo.

A reabertura, em dezembro de 2009, do Palácio da Cinematografia, valorizará diariamente as produções de vídeos, já que em seu novo projeto o São Luiz abre espaço para as atividades realizadas com os estudantes da rede estadual. Além de ser tornar um canteiro para os novos profissionais, esse espaço adotado e bem dotado, exibirá filmes pernambucanos.

Foi após o mal sucedido investimento de 400 mil da Faculdade Integradas Barros Melo (AESO), que em Julho de 2008, o Governo do Estado passou a comprometer-se com o arrendamento desse espaço cultural e desde então se integrou a rede de equipamentos culturais da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), órgão executor da Política Cultural do Estado de Pernambuco. A garantia da ativa programação para a população, tendo a partir de então a curadoria de Lula Cardoso Ayres Filho, prioriza o empenho do governo durante 5 anos.