Novo “Ritmo”

Um “novo” ritmo que contagia e invade o nosso estado
Brega rompe com os preconceitos e discursos elitista sobre a qualidade da música popular brasileira

Um “novo” ritmo que contagia e invade o nosso estado
Brega rompe com os preconceitos e discursos elitista sobre a qualidade da música popular brasileira

“Se ela soltar piada… Vai rolar é… Confusão! Quem tira onda é eu! Quem tira onda é eu! Eu num como de ninguém, aqui quem bota quente é eu.” Nunca ouviu? Pois é. Não se preocupe. Os erros ortográficos e de concordância são propositais. Essa pequena estrofe é de uma música muito tocada nas rádios e bares da cidade do Recife, faz parte do fenômeno musical intitulado como “Brega” ou “Fuleragem music”.
Diante desse verso que homicida o português, comecei a imaginar: qual tipo de público consome esse tipo de ritmo que “não agrega valor ao ser humano”?  Tal pergunta, fruto do preconceito que carrego escondido por trás de uma máscara de intelectualidade, levou-me a resposta ainda mais preconceituosa: Isso é mais um produto que vem da periferia, e que só os habitantes dessas comunidades é quem desfrutavam dessa “fulerage”.

E foi nesse contexto que, andando pelas ruas do Recife, logo percebi que essa melodia não é restrita para o cidadão da periferia, ela está inserida no cotidiano de vários jovens de classe média e alta do nosso estado.
Dessa forma comecei a fazer uma série de questionamentos para entender que tipo de fenômeno é esse que invade nossa terra. E o que vem a influenciar esses jovens a consumir tal produto? Será apenas um modismo sonoro ou futuramente esse novo estilo irá pertencer aos ritmos culturais de nossa região?
Esse produto midiático vem tomando conta das festas, dos bares e até mesmo dos MP3 de vários jovens pernambucanos. “A classe média e a média alta romperam com os preconceitos e com todo o discurso elitista e crítico sobre a qualidade da música popular brasileira”, afirmou o produtor musical Carlos Gomes. “Não poderia ser diferente, pois essa é uma cultura de raiz mercadológica ou de massa, como preferem os teóricos da comunicação”, salientou Carlos Gomes.
Para a estudante de jornalismo da Faculdade Mauricio de Nassau, Marcela Pimenta, esse tipo de música apesar de não ter qualidade intelectual é um ritmo que agita e anima bastante a galera em qualquer lugar que comece a tocar. “De boa. Quando estamos em uma festa, não prestamos atenção para o que diz a letra da música, o que importa mesmo é o ritmo que agita e nos faz dançar. Queremos é ficar dançando bem agarradinho”, ressaltou a estudante.
É caro amigo leitor, diante dessas respostas chego a uma conclusão: Não importa de onde vem a música o que importa, de fato, é que esse ritmo vem tomando conta da cidade e agitando toda a galera. Isso é mais uma prova que os pernambucanos sabem valorizar os talentos locais.

Escute a música:

Quem tira onda É eu
Quando chega a noitada
me dano pra gafieira
minha calcinha fio-dental
de sainha, é  só doideira
entro nesse movimento
muito louca… 
vou descendo até  em baixo
tua mulher vai me olhar…
vai ficar só  me olhando
e eu cheia de kisu que
essa sebosa mulher feia
fica olhando meu orkut 
aí que eu tiro onda
dou uma reboladinha
passo a mão no meu cabelo
dou tchauzinho pra queridinha
ela vai passar por mim
vai morrer do coração 
Quem tira onda é  eu [2x]
eu não como de ninguém
aqui quem bota quente é eu 
Quem tira onda é  eu [2x]
eu não como de ninguém
aqui quem bota quente é eu


“Quem Tira Onda É Eu” está entre as músicas mais baixadas do site:
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