Networking: muito além da simpatia, uma estratégia de vida

Após o conclave do novo papa, recebi um vídeo sobre um grupo de acadêmicos da Universidade de Bocconi em Milão, que acertou quem seria o papa antes de todos. Como foi possível? Eles teriam aplicado Ciências de Redes para tentar adivinhar quem seria o novo papa. Só que Ciências de redes é a mesma lógica que usam o Google para tentar ranquear páginas ou o Instagram para sugerir novas conexões para as pessoas.

 

Eles teriam feito algumas análises: 1- Relações Institucionais. Quem se envolve com quem, quem conversa com quem, quais comissões em comum… 2- Laços de nomeação apostólica, ou seja, quem formou quem, quem continuou a atuação de quem, quem consagrou quem… 3- Conexões Informais, ou seja, quem é mentor de quem, quem tem afinidade ideológica com quem. Com estas informações eles teriam aplicado três métricas clássicas da teoria de Redes: A- Centralidade, portanto, quem está próximo do centro de poder, do processo decisório. Não basta ter muitos amigos, mas amigos com poder de decisão. B- Intermediação, portanto, quem circula bem entre os grupos, quem é agregador. C- Coesão, portanto, quem consegue criar alianças e unir diversos. Ou seja, quem não é evitado. E o resultado disto tudo dava o atual Papa Leão XIV!

 

O que é networking

 

Tudo isso é mais uma forma de mostrar o quanto é importante entender, se dedicar e trabalhar nosso networking. Muitas pessoas acreditam que networking é, como eu mesmo brinco de dizer, “distribuir simpatia”, mas jamais. Networking é dedicação, é empatia, é conexão, é curiosidade empreendedora.

 

Para fazer Networking abdica-se de outras coisas, inclusive do tempo. É preciso fazer um esforço, sair da zona de conforto, querer conhecer outros olhares, outras formas de ver o mundo e não impor o seu, necessariamente. É saber ouvir e saber falar, no momento certo, sem excesso. Quantos profissionais fantásticos conhecem muita gente, mas não possuem as 3 métricas da teoria de redes? De quantas reuniões participei em que algumas pessoas foram para falar, e não para também ouvir. O quanto perderam. Quantas vezes já elogiaram meu networking? Isto me ajuda demais enquanto consultor, porque como sempre digo: não conheço tudo, não sei de tudo, mas geralmente lembro de alguém que sabe. E me dedico a ajudar a conectar aquele profissional à solução de que ele necessita. E quando isto acontece, passo a ser referência para ele, e ele me conecta a várias outras oportunidades.

 

Acrescento ainda que esse processo de conexão com as pessoas exige presença física, olho no olho, aperto de mão, comunicação não verbal. E, assim sendo, como optar por cursos EAD para quem tem condições de fazer cursos presenciais e para quem está precisando se relacionar com pessoas e com o mundo? Como querer trabalhar 100% home office, se perderemos necessariamente o convívio e as trocas naturais? Ficar fora desta relação humana é antissocial e contraproducente. O homem é um animal SOCIAL e seremos sempre.

 

Por Gustavo Delgado – Consultor de comércio exterior de internacionalização de empresas, Diretor de OCCA, Diretor de inovação da ABDAEX, Coordenador de MBA em Comércio exterior, Coordenador dos cursos de Gestão da UNIFBV e Mestre em Economia

 

*Via Assessoria