Situação mundial pode ajudar economia de PE

Enquanto os Estados Unidos endurecem as relações comerciais com a China e o continente europeu, abrindo espaço para uma reconfiguração nas rotas globais de importação e exportação, Pernambuco desponta como uma alternativa viável no comércio internacional. Com uma base empresarial em expansão e setores estratégicos ganhando fôlego, o estado nordestino pode transformar a crise internacional em oportunidade de crescimento econômico. As tensões econômicas internacionais, ao invés de se traduzirem em barreiras, podem ser a chave para o estado expandir suas fronteiras e assumir protagonismo no cenário econômico internacional.

 

“Pernambuco, além das vantagens comparativas, como a exportação da fruticultura irrigada e ,mais especificamente, o polo automotivo da Stelantis, tem a possibilidade de gerar e atrair empresas para cá por conta dos investimentos estruturantes que estão sendo feitos pelo Governo de Pernambuco, a exemplo do “PE na Estrada”, que vai gerar um aporte de R$ 5 bilhões, bem como o Juntos pela Educação, que vai investir não só em educação fundamental, mas em educação de nível médio, na qualificação técnica”, afirma a economista e professora do mestrado profissional do Centro Universitário UniFBV wyden, Amanda Aires.

 

Pernambuco abriga 227.898 mil empresas, segundo dados mais recentes do Cadastro Central de Empresas. Somente no primeiro trimestre de 2025, o estado abriu 40.566 novos pequenos negócios, sendo os setores de Serviços, Comércio e Indústria da Transformação líderes abertura, representando 63,7%, 20,8% e 7,6% do total. Os dados refletem o ambiente regulatório mais ágil no Brasil, que atualmente leva cerca de 22 horas para formalizar um novo CNPJ. O estado conta com mais de 677 mil MEIs e micro e pequenas empresas que podem se beneficiar de programas federais como o Acredita, além de iniciativas do Sebrae voltadas à capacitação e crédito. Este movimento de base dá a Pernambuco uma rede empresarial capilarizada, capaz de responder com agilidade às demandas externas.

 

No cenário das grandes corporações, Pernambuco também exibe robustez. A CHESF continua como a maior empresa do estado, e nomes como Datametrica, Sensatto Energia e Bacs Gestora de Bens consolidam a força da indústria local. Além disso, empresários pernambucanos como Flávio Gurgel Rocha (Grupo Guararapes/Riachuelo) e Antônio Augusto de Queiroz Galvão (Grupo Queiroz Galvão) ocupam posições de destaque entre os bilionários nacionais, sendo vetores potenciais para a atração de investimentos internacionais.

 

As exportações industriais, por sua vez, são lideradas pelo setor de alimentos, responsável por impressionantes 72,88% do total exportado em 2022. Essa concentração representa uma vantagem competitiva no atual cenário geopolítico: países que enfrentam instabilidades comerciais com grandes potências buscam fornecedores confiáveis em regiões emergentes. Pernambuco, com sua cadeia produtiva alimentícia estruturada e com acesso logístico estratégico, pode se posicionar como um hub de exportação para mercados em realinhamento.

 

“Tudo isso torna o nosso estado mais atrativo para que a gente possa trazer essas empresas e capacitar nossas empresas para se inserir no mercado internacional. Com esse tarifaço, a economia dos Estados Unidos tende a dar uma encolhida e aí, enquanto uns choram, outros vendem lenços e essa pode ser uma excelente oportunidade para o nosso estado”, conclui a economista.

 

Combinando inovação, agilidade na abertura de negócios e vocação exportadora, Pernambuco está bem-posicionado para galgar um espaço maior no comércio global, que está repleto de tensões, algo que os investidores repelem com veemência.

 

*Via Assessoria