Através de comunicado oficial, Família Real revelou que tumor foi descoberto durante internação para tratar um crescimento benigno na próstata e que se trata de uma descoberta não diretamente ligada à glândula; Tema traz alerta para novos dados de diagnóstico de câncer
Nesta segunda-feira, 5 de fevereiro, a Família Real comunicou, por meio das redes sociais, que o Rei Charles III (75 anos) foi diagnosticado com câncer. Recentemente, ele foi internado para tratar um crescimento benigno da próstata, mas o Palácio de Buckingham confirmou que durante a permanência no hospital foi descoberto um outro tipo de tumor maligno, mas que não se trata de câncer de próstata.
O comunicado diz ainda que “hoje foi iniciado um cronograma de tratamentos regulares” e que, apesar de adiar suas tarefas de atendimento ao público, por recomendações médicas, continua cuidando dos negócios do Estado e da documentação oficial, como habitual. Até o momento, o tipo de tumor e o estágio da doença ainda não foram divulgados.
O anúncio relativo à saúde do monarca inglês vem acompanhado de um importante alerta trazido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu mais recente relatório, divulgado no início deste mês: cerca de 20 milhões de pessoas foram diagnosticadas com câncer em 2022 e a expectativa é de que esse número ultrapasse os 35 milhões novos casos em 2050. Além disso, cerca 53,5 milhões de pessoas atualmente estão vivendo com a doença em todo o mundo.
“O câncer continua a ser um dos principais desafios para a saúde, já que a tendência é de aumento de casos nos próximos anos”, afirma Carlos Gil Fereira, diretor médico da Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas.
Segundo o oncologista, o câncer é uma doença multifatorial e que pode ter diversas causas. Porém, sabe-se que o envelhecimento está diretamente associado a diversos tipos de tumores e, com o aumento da expectativa de vida da população em geral, os casos também tendem a crescer. Fatores ambientais, como estilo de vida, além de algumas mutações genéticas hereditárias em casos mais raros, também influenciam no aparecimento da doença.
“Os avanços em tratamentos e inovações acontecem o tempo todo e hoje temos muito mais opções de drogas e procedimentos menos invasivos, que melhoram a qualidade de vida dos pacientes. Medidas de prevenção precisam ser reforçadas e elas incluem os fatores ambientais, como sedentarismo, redução de tabagismo, obesidade, alimentação e prática de exercícios físicos, e também rastreamento genético. E políticas que promovam exames regulares para detecção precoce de tumores são fundamentais para as chances de sobrevivência das pessoas. O grande desafio é que tudo isso, tanto os tratamentos como exames preventivos, cheguem com equidade às pessoas. Há um desafio médico, mas também social no combate ao câncer”, explica.
Carlos Gil ainda destaca a importância do acompanhamento médico periódico e realização de exames de rotina para detecção precoce do câncer, fatores que, aliados às novas frentes avançadas de tratamento da doença, são a chave para que os índices de incidência não levem também ao aumento das taxas de letalidade. “Precisamos estimular a conscientização da população em geral sobre a detecção precoce de tumores. Quanto mais cedo descoberta a doença, melhor o prognóstico, com resultados positivos às terapias e maiores chances de cura”, sintetiza.
Panorama global do câncer
Atualmente, considerando uma prevalência de 5 anos da doença, a OMS informa que aproximadamente 53,5 milhões de pessoas estão vivendo com câncer em todo mundo, sendo que 1,6 milhão delas está no Brasil – um número que, conforme as perspectivas da entidade, seguirá crescendo.
As projeções indicam uma tendência de elevação dos índices mundiais de detecção do câncer, chegando ao patamar médio de aumento de 77% em 2050 quando comparado ao cenário registrado em 2022, com 20 milhões de novos casos da doença. Isso significa que nas próximas décadas uma a cada 5 pessoas terá câncer em alguma fase da vida.
Em 2022, 10 tipos de câncer representaram dois terços dos novos casos e dos 9 milhões de óbitos decorrentes da doença. O de pulmão foi o mais comum em todo mundo, com 2,5 milhões de diagnósticos (12,4% do total), seguido do câncer de mama feminino (2,3 milhões, ou 11,6%), colorretal (1,9 milhão, 9,6%), próstata (1,5 milhão, 7,3%) e estômago (970 mil, 4,9%). Globalmente, tumores de pulmão (18,7%), colorretal (9,3%) e fígado (7,8%) foram as principais causas de óbito pela doença.
No Brasil, dos 1.634.441 pacientes oncológicos em 2022 — incluindo os novos casos e aqueles diagnosticados em cinco anos —, 278.835 morreram, principalmente de tumores de pulmão, mama feminino e colorretal. As três maiores incidências foram próstata (102.519), mama feminino (94.728) e colorretal (60.118). O risco de desenvolver qualquer tipo de câncer no país antes dos 75 anos foi de 21,5%, sendo maior (24,3%) entre os homens.
Considerando a previsão de novos casos em 2050, o Brasil deve registrar 1,15 milhão de novos casos, um aumento de 83,5% em comparação a 2022. As mortes por câncer também devem ter um aumento considerável: 554 mil, 98,6% a mais do que o atual volume registrado de óbitos pela doença no país.
Confira a seguir os principais dados do GLOBOCAN 2022:
Mundo:
– Número de novos casos de câncer: 19.965.054
– Número de mortes: 9.736.520
– Número de prevalência de casos da doença (5 anos): 53.490.304
– Top 3 por incidência:Pulmão, Mama e Colorretal
– Top 3 por letalidade: Pulmão, Colorretal e Fígado
– Número de novos casos previstos para 2050: 35 milhões
Brasil:
– Número de novos casos de câncer: 627.193
– Número de mortes: 278.835
– Número de prevalência de casos da doença (5 anos): 1.634.441
– Top 3 por incidência: Próstata, Mama e Colorretal
– Top 3 por letalidade: Pulmão, Colorretal e Mama
*Via Assessoria