Homens reforçam cuidados com a saúde no Novembro Azul

Novembro é marcado pelas campanhas de Novembro Azul e da atenção a prevenção do câncer de próstata. Embora a iniciativa seja reconhecida como essencial, especialistas afirmam que o cuidado com a saúde do homem precisa ultrapassar o foco exclusivo em exames urológicos.

“O homem ainda é levado a acreditar que sentir dor, silenciar emoções ou evitar consultas faz parte da masculinidade. Isso custa vidas”, afirma Pedro Alves Oliveira, coordenador dos cursos de Saúde Funcional do UNIFBV – Wyden.

Segundo ele, por décadas a saúde masculina foi tratada de forma fragmentada, centrada apenas na próstata. “Essa abordagem limitada ignora a corporeidade masculina como um todo. O homem é um sistema integrado, que envolve corpo, mente e comportamento”, destaca.

Estatísticas internacionais e brasileiras mostram que a expectativa de vida dos homens permanece menor que a das mulheres, em grande parte devido a fatores evitáveis. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, na Europa, 86% das mortes masculinas ligadas a doenças resultam de condições crônicas não transmissíveis e lesões. As taxas de mortalidade por causas externas, como violência e acidentes, chegam a ser quatro vezes maiores que entre mulheres.

No Brasil, pesquisas indicam barreiras de acesso, comportamentos de risco e baixa adesão ao cuidado preventivo. “O modelo tradicional de masculinidade ainda impede muitos homens de buscar ajuda na hora certa. É uma questão cultural, mas também estrutural de saúde pública”, avalia Pedro Alves.

Para o fisioterapeuta e docente, a fisioterapia desempenha papel estratégico na mudança desse cenário. Ele cita a avaliação global do corpo, ações de prevenção primária e secundária, apoio pós-cirúrgico e acolhimento como elementos essenciais. “Nós não tratamos apenas lesões. Também orientamos sono, estresse, mobilidade, respiração, postura e saúde pélvica. A fisioterapia é um espaço potente de educação em saúde”, afirma.

Pedro Alves ainda reforça a importância da formação profissional. “O cuidado integral exige conhecimento técnico atualizado, sensibilidade e capacidade de desconstruir mitos. Autocuidado não é fragilidade — é inteligência corporal e responsabilidade”, completa.

*Via Assessoria